Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Saudades dos docinhos.


Hoje deu-me uma saudade, dos tempos de menina, que minha mãe fazia uns docinhos maravilhosos.

Na altura não eram fácil, inicio de vida haviamos mudado para Tete há pouco, duas filhas pequenas, um emprego novo uma vida a começar.

Os docinhos, nada de especial, apenas derretia o açúcar em lume brando, enquanto caramelizava, partia amendoim em bocadinhos, quando estava a mistura no ponto juntava tudo.

 
Meu pai, que lhe fazia companhia, sentado  na cozinha ia fazendo canutilhos de papel e colocando nos gargalos das garrafas vazias de laranjada.

Apurada a mistura, era despejada nos ditos canutilhos, um a um, num cuidado imenso para ninguém se queimar, uns com e outros sem amendoim a gosto de todos.

Para acabar um palitinho era colocado a meio que iria servir para agarrarmos na doçura.

Deixava-os arrefecer, e quando rompíamos pela cozinha dentro vindas da brincadeira da rua, já fria a doçura, apenas se tirava o papel, o que nem sempre era fácil e recorríamos ao pai ou á mãe para nos ajudar.

Simples, bastava humedece-lo, e era ver-nos correr novamente para a rua chupando aquelas delicias e fazendo inveja a quem nos olhava, outras vezes sentávamo-nos os três, eu minha irmã e meu pai, nas escadas da rua saboreando aquela maravilha.

Como eram boas as “sombrinhas” de açúcar que minha mãe fazia.

A vida foi passando, e a receita repetida para meus filhos quando de ferias na aldeia em casa dos avós.

Jamais esquecerei o gosto doce do açúcar em ponto que tinham aquelas sombrinhas e da companhia do meu pai.



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