Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Rendas e afins



Rendas e afins



HISTÓRIA DA RENASCENÇA!

A renda Renascença é uma técnica que teve sua origem na cidade de Veneza-na Itália , em meados do séc. XVI Sua chegada ao Brasil se deve as freiras missionárias europeias... A Renascença chegou a Poção na década de 30 , pelas mãos de uma senhora chamada Maria pastora... Acabou se tornando a principal fonte de renda daquela cidade... Um bom exemplo disso, é a história de Marina Jorge Souza, que passou para seus filhos além da técnica das rendas , a importância do respeito ao próximo e o amor a esta ARTE que faz parte da família JORGE SOUZA. Motivada por sentimentos como os da sua mãe, Maria José Jorge de Souza- Zezé - passa a arte da Renascença a todos que a procuram ; promovendo cursos. 

Não sei se foi assim mesmo como descreve este paragrafo retirado da Internet mas recorda-me os trabalhos que fui “herdando” das minhas trisavós, que certamente as noites à lareira ou nos tempos livres sentadas na soleira da porta de casa, iam passando o tempo dando ao dedo quando o frio não apertava e obrigatoriamente teriam que mudar para a lã ser tricotada após tantas voltas dar quando do tempo da tosquia.

Gerações depois, anos mesmo recordo o tempo em que no exame da quarta classe obrigatoriamente tínhamos que saber coser um botão, fazer um caseado , cozer uma bainha e um fio de croché. Tudo apresentado num pedaço de tecido que nos era distribuído como se fosse uma folha de exame normal.


Fui aprendendo aos poucos com erros ou sem eles pois a saudosa Irmã Doroteia quando dava conta fazia-nos desmanchar e refazer tudo de novo.

Descobri mais tarde que era um excelente tranquilizando para quem tivesse problemas de nervos ou ansiedade e quando assim me sentia ia buscar o cesto que eu chamava dos milagres e passado umas horas, deixava de haver aqueles tentamentos negativos que a nada nos leva, e apenas passava a existir o olhar atento para o esquema da revista que ao tempo se comprava a um custo irrisório.

Ora desde que me reformei como todas sabem ,apesar de ter netas e mãe para cuidar deixei de ter a mesma vida rotineira que tinha e fui pegando na velha agulha de crochet nas tardes longas que tenho, e fui fazendo alguns
trabalhos que entretanto aparecerem nas revistas novas.
Ora qual não é o meu espanto quando me dizem que já se não usam naperons nem rendas em lado algum.

Experimentei retirar de uma das divisões da minha casa todos que lá tinha.
Olhei para a sala e sinceramente parecia uma casa despida, sem alma, toda nua pois até as minhas cortinas tem renda retirei.
Ora esta moda para mim não pega, e mais me envaidece passar as minhas tardes, entretida com as coisas ,lindas que vou fazendo.

Agora já entendo porque quando em Viseu há a feira das velharias e até mesmo na de terça feira, aparecem montes de rendas, inclusive em roupa interior usada no muito antigamente.

E colchas, que levam um tampão a fazer e ficam caríssimas nas linhas, por lá se encontra no monte misturadas com outras rendas antigas e modernas, de qualquer maneira abandonadas.

Mais uma arte que desapareceu e tão linda, que muita gente utiliza para enquadrar e pendura-los em casa.

Afinal ainda valem alguma coisa sem as deitarem fora, uma arte portuguesa imitada pelos chineses.