Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

sábado, 2 de janeiro de 2016

Ano 2016

Começou novo ano e não quero escrever, não quero abrir o que me vai na alma.

Tenho medo, tenho medo deste novo ano, sinto que me perderei em lágrimas sofridas, tempos difíceis, dores de alma.

Mas não quero pensar nisto, teimo em esquecer o que sinto mas a noite não me ajuda.

Fico acordada horas infinitas matutando em tanta coisa que já minha mente se perdeu no cansaço.

Não quero pensar mas penso em tudo que passei nesta vida, os trabalhos e lutas para aqui chegar, no entanto continuo a sentir que muito mais terei de lutar.

Estou cansada, estou a perder o melhor da vida, o tempo de ver minhas netas crescer, estar com elas sentir seus braços fechados no meu pescoço, seus beijos em meu rosto, e alegria delas nas brincadeiras.

A companhia do meu velho, os fins-de-semana a dois, sentados lado a lado falando de qualquer assunto, apenas nós .

Jantarmos num qualquer restaurante ao fim de semana, viajar sempre que queiramos.

Mas não, continuo a sair de manha e regressar á noite para um trabalho que já me não dá prazer, porque sei o que estou perdendo.

Tenho medo de perder a minha mãe, vivi com ela toda a vida, e não a quero perde. Sei que um dia partirá para junto do meu pai mas não queria que sofresse.

Escrevo precisamente no segundo dia deste ano porque  preciso exortar os meus diabos.

 Não queria escrever mas quero ter esperança no futuro e não consigo.