Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

terça-feira, 15 de agosto de 2017

A FAMILIA



 Os irmãos, apenas a minha mãe ainda cá está, os outros ja partiram



Pronto, mais uma foto encontrada na minha caixinha de recordações.
Foi no casamento de um dos meus primos, os tios estavam todos lá, ou seja faltavam dois por motivos de força maior, mas mesmo assim de sete irmãos estavam cinco.
Como sempre fui eu que os reuni para tirar a fotografia, disse que seria como recordação e é mesmo, pois infelizmente já partiram cinco.
Estes eram todos irmãos, mas depois tirei outra com os maridos.

E vou olhando a foto e vou recordando as passagens da vida e dos dias que com eles passei.
Tenho pena pois acho que não deveria haver a morte, apenas a ausência mas que de quando em vez pudéssemos falar, dizer um olá como antes o fazíamos.
É importante a palavra “familia”, porque nos corre nas veias o mesmo sangue, porque são todos filhos dos mesmos pais, tem a mesma origem e foram criados juntos.
Pois vou continuar a recordar as vezes que em pequena chegava a casa da minha tia Graça e logo me dirigia ao frigorífico apenas por vicio ou sei lá se por curiosidade.
E lá vinha o raspanete. Quis o destino que acabasse morando aqui mesmo ao lado.
A chegada a Moatize da minha tia Rosa, e muito lampeira fui com ela a machamba e mostrei-lhe o piri piri dizendo que era cerejas de África. Claro fiquei a perder pois esfregou-me na boca um que me deixou a bufar do picante.Mas era fixe como a juventude diz.
A minha tia Dina e os picnics que fazíamos em sua casa no Moatize, ah mas com esta a quem chamo a minha tia preferida ainda passamos muito tempo ao telefone, e como eu gosto de lá ir a casa.
Juntavamos-nos muitas vezes aqui no enorme espaço livre que tenho em casa, com o motivo de aniversários ou qualquer outro motivo. Era uma festarola eles os filhos e netos, a mesa farta que dava para o almoço , lanche e jantar.
Foram os meus 25 anos de casada, os 50 anos de casamento dos meus pais, aniversários etc.
Hoje tudo acabou, ficaram tão poucos e tão longe que dá pena o quintal cheio de baloiços para os mais pequenos mas vazio de gente de família. Faltam os risos as conversas sobre o passado e o presente, olho os lugares á mesa e apenas a São Vaz ocupa um.
Recordarei sempre esses tempos de união e amizade, aos ausentes que descansem em paz pois jamais serão esquecidos aos presentes, até um dia quando essa união voltar.
Um dia destes falarei das primas que tão longe estão, talvez um dia se juntem outra vez.



Ausência física, ausência da voz e do cheiro, das risadas e do piscar de olhos, saudade da amizade que ficará na lembrança e em algumas fotos.