Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

HOJE VOU ESCREVER UMA HISTORIA SEM IMAGEM



Hoje vou contar uma historia.

Era uma vez, não vou começar assim mas foi há anos, que uma cidade pequena cresceu após ter chegado aqueles que viram que ali seria o El Dourado caso investissem no local.

Na minha ótica o El Dourado já ela era mas ninguém a olhou como tal, a não ser uns indivíduos sozinhos que se aventuraram na procura de pedras preciosas e ouro.

Quase ninguém sabia a não ser os velhos residentes.

Acompanhar tudo isto o Carvão. A pedra negra extraída bem do fundo das minas, que exportavam para vários locais muitas vezes a custa da vida dos mineiros que logo pela manha se embrenhavam fosso dentro de lanterna na cabeça e uma picareta nas mão.

O gás que emanava lá no fundo e algumas derrocadas mataram muitos mineiros, mas a vida continuava e no dia seguinte lá estava a fila de gente negra continuando a sua labuta dia a dia.

Isto era dum lado de um grande rio que atravessava bem debaixo dos nossos olhos, ora mansinho ora turbulento levando consigo tudo que encontrava nas margens tais como troncos que metiam medo a quem o atravessava.

Nos primeiros tempos a travessia fazia-se em barquinhos de madeira talhada a machado , e movidos a remos, mais tarde foram substituídos por barcos a motor que ao tempo era um luxo.

Os carros atravessavam num batelão , cuja capacidade era para seis carros mas com a astucia de quem nele mandava bastas vezes iam oito.

Como ia contando apesar destas aventuras a cidade foi crescendo, foram-se instalando vários negócios lucrativos, as gentes quem ali viviam num instante triplicaram ou mais, e foram fazendo as suas casas muitas delas com dinheiros vindos da sua terra Natal , proveniente de vendas de heranças ou do pecúlio que deixaram para uma emergência.

Afinal era naquela cidade que pensavam educar seus filhos e viverem a velhice quando chegasse.

Era um povo feliz, apesar de saberem mas não acreditarem que talvez um dia teriam que a deixar.

Não, isso não acontecia só se houvesse um guerra mas impossível, o povo local era calmo, educado simpático, conviviam normalmente muitos como família. Não era o céu mas posso dizer que seria um paraíso.

Mas pela calada da noite, soube-se atravez duma rádio que transmitia dum país vizinho.

Na manha seguinte todos comentavam o golpe de estado dum país da Europa a que esta terra estava ligada pela conquista de antepassados.

O sorriso desapareceu de muitos rostos com a duvida que se instalara do futuro incerto que poderia chegar a qualquer momento.

Mas a tropa e a Pide continuavam numa corre corre que assustava. Era triste ver passar na avenida o desfile dos militares dentro de quatro tábuas, heróis numa guerra despropositada.
A cidade cai na realidade, e aos poucos foram uns acreditando que tudo ficaria na mesma apenas mudando o governo que passaria a ser local, outras chorando o fim de uma vida terem que regressar nem sabendo para onde pois grande parte nascera no pais onde se instalaram.

Infelizmente a situação piorou e tiveram mesmo que abandonar tudo que construiram numa vida e recomeçar em qualquer outro país que os recebesse.

Ao inicio os países vizinhos, ainda calmos receberam parte dos que saíram dessa cidade onde julgavam a sua terra natal.

Resumindo o que muito haveria a contar mas não valendo a pena pois não faltam testemunhos escritos por gente que passou esta má fase da vida, andar com os caixotes onde conseguiram salvar o pouco que lá cabia.

Na minha pessoa falando, encontrei novamente a paz num país a que chamavam a suíça africana, e lá coloquei o filho na escolinha, e encontrei tanto eu como meu marido excelentes empregos que nos tornaram a dar a paz que procurávamos.

Num repente certo dia a poucos metros de casa colocaram no marco do correio uma bomba.

Foi um dos maiores sustos da vida, a rua cheia de tropas e policias mandando que todos fechassem as janelas e persianas.
Apenas consegui sentar-me num maple abraçada aos filhos.

Não esperaram nada mais, dois dias depois regressávamos ao porto seguro onde tiveram que novamente recomeçar a vida com uma dificuldade imensa tendo apenas uma cama para dormir e uma pesa para comer. Um pequeno fogão de duas bocas e nada mais. 

Comia-se a moda das aldeias todos da mesma travessa, até que o primeiro vencimento chegasse e aos poucos fossem organizando a vida.

Os mais atrasados que continuaram acreditar na paz podre, esses tiveram que fugir a pé pelos matos cerrados e de mãos vazias. Não sei como após esta aventura conseguiram voltar a terra natal. A pouca família que cá tinham deu-lhes a mão enquanto não encontravam emprego o que era dificílimo pois tudo que tinha a referencia de RETORNADO, era posto de lado.

Foi um tempo que apenas fui buscar a memória hoje porque não eram passagens da vida boas de recordar, ver mães sem dar que comer aos filhos, pais que pela calada da noite se viram obrigados a roubar uma couve ou um repolho de uma qualquer horta para fazer uma sopa e matarem a fome. Estar numa fila de mão estendida para a sopa dos pobres etc.

Não vou falar nos apoios que deu o antigo IARNE que foi uma vergonha.

Passaram já muitos anos,  estas tristes historias jamais serão esquecidos mas  foi pura e simplesmente porque o mesmo ou pior que tudo anteriormente acontecido nos países anteriores esta acontecer o mesmo ou pior novamente.

Assim tendo visto nas Internet imagens horríveis do que tem feito aos brancos, a homens,crianças e mulheres, coisas horríveis e imagináveis, temo pelo futuro de todos eles,  que hoje residem na África do Sul.

Peço que pensem bem no que se passou há uns anos, que não se guardem até serem mortos, espoliados, assaltados, estuprados etc porque por ai para os brancos ACABOU.

Não me digam que não há hipótese porque não tem para onde ir, peçam ajuda aos consulados, embaixadas, tentem sair do país ou peçam ajuda como refugiados.

São novos, ainda vão a tempo de recomeçar vida, claro que como os outros não terão a vida farta que certamente hoje tem mas tudo vai ter que ser começado de novo sem a ameaça de uma arma apontada à cabeça e outras coisas mais.

Primeiro está a vida essa que Deus nos deu depois os bens. Se perder a vida não arranjam outra se for o que tem de bens aos poucos repõem tudo.

Olhem pelas crianças que estão ao vosso cuidado, e são vossos filhos.

Este mundo é grande.

Não se guardem para o fim porque vão acabar por vir sem nada ou de outro modo pior.

Esta é uma das historias tristes já iniciada há muitos anos e jamais acabará enquanto o ódio dos nativos não acabar, o que  tem acontecido pois o próprio presidente e os membros que o rodeiam, incitam o povo á violência, assaltos, morte dos brancos. 

Aos que dirijo estas palavras que as leiam e se  unam,saiam de onde estão enquanto é tempo, uma nova vida vos espera.




domingo, 21 de outubro de 2018

91 ANOS DA MÃE.









Hoje sem dúvida estou cansada, com dores na minha tendinite mas valeu a pena.

Minha mãe fez dia 18 deste mês 91 anos, apenas lhe comprei um bolinho pequeno que comemos ao jantar como sobremesa. 

Um jantar normal só nós 3 de casa pois por ser dia de trabalho tinha meus filhos em viagem e a neta no treino, mas jamais deixaria passar este dia sem que ela soprasse as velinhas.

Recebeu muitos telefonemas e no face também, dando-lhe os parabéns que ia transmitindo e seus olhos brilhavam.

Já não é normal fazer esta idade, pelo menos é raro na nova geração que tal aconteça, por isso nunca deixei passar seu aniversario sem festejar.

Ontem em surpresa aparece a família do meu filho com um lindo bolo para festejar o aniversario da avó.


Entre um arroz de pato tostando no forno e a aletria esfriando na travessa, à moda antiga, entre conversas jantou-se com imensa paz e alegria.

Ao fim do jantar entre filhos e netos mais duas amigas que trouxeram,cantando ao som dos parabéns rodeando avó, apagou as velinhas.


com o neto e bisnetas

Pronto agora estava o aniversario validado.

Feliz que estávamos que se via na cara dela um sorriso fantástico rodeada pela garotada.

Mais um ano, como anteriormente já aqui tinha contado, a listinha de quem se “esqueceu” dela, hoje actualizou-a, pois até meu irmão há anos no Canadá se não esqueceu deste dia, nem a irmã que está nos Estados Unidos.

Coisas da idade que marcam.

Parabéns minha mãe, que se repita por muitos anos.
com as bisnetas eamiguinhas