Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

UM ANJO SUBIU AO CÉU


Quando nascemos, todos sabem que um anjo da guarda nos acompanha, não o vemos é certo mas sabemos que ele ali está para nos acompanhar vida fora.

Está sempre a nosso lado para nos ajudar e proteger. (Assim começaria a relatar a uma criança uma historia como a que vou contar).

Não é historia esta de um anjo da guarda que sempre te acompanhou minha Vânia querida, nos bons e maus momentos da tua vida, até que certo dia depois de tantas voltar dares na , ficaram numa casa grande onde foste amada estimada, protegida e feliz.

Lutas-te sempre pelo melhor, foste sempre aquela menina de sorriso rasgado que tudo da vida aceitou e dela foste merecedora, até que um dia talvez por impotência do teu anjo da guarda a doença chegou e lutaste por ela com todas as tuas forças até que Deus te chamou para junto dele.

Foi mais um anjo que nasceu, onde estiveres imagino-te vestida de branco, com as tuas imaculadas asas olhando para a terra onde ficaram aqueles que tanto de amaram nesta vida.

Pois faz já um ano, que falta fizeste meu amor mas ao mesmo tempo recordo-te olhando as fotos que ficaram e olhando o céu parece que te vejo sentada numa estrela acenando-nos sorridente.

Não te relembro fechada naquela caixa rodeada de flores e gente em lágrimas, recordo-te sim feliz sem dores nem tormentos olhando por quem mais queiras ou talvez já sejas o anjo da guarda de alguém que nasceu e ficou sobre a tua proteção.

Descansa em paz pois nós jamais te esqueceremos nas nossas orações, e hoje lá estarão todos a recordar-te na tua missa de saudade.

Até um dia!


quarta-feira, 23 de agosto de 2017

ESSA SAUDADE !

Como tenho saudades deste tempo, do tempo que apenas me preocupava com nada, mesmo nada e vivia feliz.

Tinha montes de amigos,  gente presente que se juntava e ria alto, das cuscuvilhices no bom sentido, dos que encontrávamos no café ou na rua, dos que ainda hoje o são apesar das distancia que nos separa.

Das idas à cabeleireira fazer penteados maravilhosos com os meus cabelos compridos, dos vestidos que fazia eu mesmo que apesar de serem de chita, eram lindos e frescos
.
A voltinha "dos tristes" pelas ruas calmas da cidade à hora que o sol baixava e o calor abrandava, das paragens no café para tomar um Vinto ou uma laranjada enquanto se ia deitando conversa fora, como dizia um inesquecível amigo que já partiu, "partir cascalho".

Nesta foto devia ser um sábado, não um domingo porque era o dia da missa e a tarde a matiné.

Sentada à porta de casa, ao fresco, pensativa talvez à espera de alguém que passasse na rua.

Como éramos felizes com tão pouco, nada incomodava nem a mucham que esvoaçava em volta dos candeeiros da rua em dias de chuva.

O filho do régulo de nome Marquês que pela manhã trazia o leite ainda fresco com espuma, puro e com uma nata grossa.

Foi com estas natas do leite que aprendi a fazer manteiga.

Os homens do peixe que pescavam madrugada fora, e enfiavam depois três ou quatro numa "cambala" (fio) e vendiam porta a porta, o pende fresquinho que grelhávamos com picante e limão.

E após muitos anos passados fui tentar deixar o passado naquelas terras matando as saudades para depois esquece-la.

Impossível, logo ao descer do avião aquele cheiro próprio a terra, caras de gente conhecida que mesmo depois de tantos anos me abriram os braços, fui visitar as casas que meu pai havia deixado e estavam iguais, como se tivesse saído no dia anterior, até mesmo os que
me reconheciam por "moana a Teixeira"


                                 

Enfim uma vida que jamais esquecerei até que parta para outra dimensão.

Dizem que quem tem saudades do passado não faz futuro, pois comigo é precisamente o contrario, é lembrando-me do que passei que me dá forças para seguir em frente como o fiz.

Um dia voltarei novamente !