Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

domingo, 12 de agosto de 2018

COLEGIO S.JOSE TETE





Tem andado pelo Facebook um diz que não diz sobre a cor da minha 2ª casa durante anos a fio ou seja desde que entrei para aprender as primeiras letras até me casar.

Ora esta menina tetense de gema, guardando todas as saudades da terra que me viu nascer, ao fim de 30 anos fui ´á minha terra matar saudades.

Quase beijei o chão que pisei á chegada, enchi o pulmões daquele ar quente e agradável com o cheiro dos capins, e os cheiros da minha gente.

Visitei a minha terra aproveitando para mostrar os cantos e recantos da minha infância, á minha filha que me acompanhou,e com a simpatia da minha querida amiga Amina Bega.

"Fuchiquei" tudo da cidade velha que considerarei sempre minha.

Ora o que está em causa e tendo sido das coisas que visitei primeiro pelas razões já expostas, e porque meu marido durante 4 anos também ali deu aulas quis correr os cantos todos á casa com uma alegria como se tivesse voltado o tempo atrás e voltasse ao meu tempo de menina-.

Parei em frente ao edifício como que querendo gravar aquela imagem para todo sempre, subi as escadarias ainda vermelhas entrei no edifício e na entrada tudo na mesma, a secretaria onde sempre foi, entrei pedi autorização para visitar o colégio pois havia sido ali aluna, o que simpaticamente me foi autorizado.



  




Dei volta às salas de aula que naõ estavam a ser utilizadas e parando à porta recordei o “bom comportamento” que naquele tempo tinha, bem como os professores.

Estava tudo igualo até a sala dos professores que dava para uma varanda da frente.
                                                  
Desci a escadaria e encontro uns alunos que observavam os horários colocados na parede e solicito licença para com eles tirar uma foto ao que acederam prontamente. Uma simpatia de jovem estudantes.


Agradeci e dei a volta pela direita e fui recordar a parte velha do colégio.

O átrio ainda com a circunferência em cimento a meio onde aprentavamos algum tipo de teatrinho ou dançavam em dias de festa ao som do transístor.

Ali senti-me triste, estava muita coisa degradada mas fechei os olhos de quando em vez e imaginei o tempo passado e liguei ao que via.

As salas de aula dos mais pequenos, a sala de piano onde tantas vezes a Irmã Maria João me ensinava piano, o gabinete da madre superiora, Madre Margarida e por fim Madre Paula.

Rodando um pouco a sala de jantar, uma porta que dava para a residência das freiras, a capela tantas vezes lá fui pedir que ajuda para os testes para os quais não tinha estudado e querias tirar boa nota. Coisas de estudantes
calões como eu era.

Quis visitar os dormitórios cuja varanda os rodeava com uma inigualável vista para o rio.

Estava interdito porque não era seguro por estar a madeira deteriorada, mas sentei-me nas escadas recordando as vezes que ali escorreguei e abri o lábio inferior.

Estava feliz dentro daquela bolha do tempo onde passei de menina a mulher e tinha o privilégio de mostrar à minha filha relatando minuciosamente o que havia passado e feito naquele espaço que sentia só meu.

Vim para fora, desci as escadarias que davam para o recreio, um campo de basquet.

Quase estive tentada a ir ver se ao fundo ainda estava a rede de arame onde fizemos um buraco para os namoricos ou “pisgarmo-nos” da guarda das alunas.

Enfim foi um retroceder de anos felizes,.

Mais felizes pois nem as cores haviam sido alteradas, beije todo o edifício por fora com uma colunas forradas a “lambril” vermelho. 

Por dentro restava pouco de cor esbranquiçada de outrora.

Passaram anos, o velho colégio passou a universidade, todo restaurado lindo como sempre foi nas minhas lembranças.



                                           
Passaram anos, o velho colégio passou a universidade, foi  todo restaurado lindo como sempre foi nas minhas lembranças.