Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

terça-feira, 26 de setembro de 2017

RECORDANDO CASAL CRAVO








Pois é as minhas recordações vão para lá do quase impossível.

Deste vez deveria a eu ter uns 6 aninhos, aliás como já antes contara fiz a 1ª classe numa escola mista perto de minha casa pois ia a pé com um grupinho de negros da minha idade que se sentavam a meu lado na carteira da escola. Eram os meus amigos com quem eu brincava e até mesmo deitados do chão da varanda, de barrigas para baixo e lápis e caderno na mão la fazíamos os trabalhos de casa., ou seja o alfabeto em cadernos de duas linhas para que desde logo a caligrafia fosse apurando.

A professora uma senhora já com alguma idade de nome D. Dativa era uma doçura de pessoa que nos ia ensinando calmamente as primeiras letras.

Vivíamos na altura em Moatize, no bairro no bairro das minas, onde também tinha as minhas amigas para brincar “às apanhas” ao lencinho e outros jogos do tempo.

Passaram muitos anos, acabei por me separar de todos pois meu pai mudou-se para Tete.

Do mal o menos fui reencontrando uma ou outra menina que estudava comigo no colégio lendo para isso que apanhar o transporte de machimbombo e depois fazer a travessia do Zambeze de barco muitas vezes cheio demais para a capacidade dele. Mas era África.

Ao longo destes anos que crescemos, casamos e tivemos os nossos filhos perdi completamente o paradeiro de muitos, mas esta coisa do face ajuda muito a encontrar gente desaparecida e que num repente aparece.

Quando isso acontece dou mil voltas aos meus baús tentando encontrar fotos que partilho com elas pois certamente as não terão.

E muito grande esse meu baú mesmo tendo algumas recordações em filmes super 8 que a qualquer momento me abrirá a caixa de pandora.

Ora para dizer o seguinte, no artigo anterior falei ao de leve sobre as recordações desse tempo do Moatize.

Lembro-me como hoje das fugidas que dava para a vizinhança para uma brincadeira, numa delas era uma casa mesmo ao nosso lado onde vivia um casal bastante amigo de meus pais, com 3 filhas.

Na altura era mais com a Betinha que brincava, a filha mais velha de um senhor de nome Armando Cravo e esposa Carolina.

Ele tinha uma mota grande que deixava no descanso junto as escadas traseiras da casa, enquanto almoçava, ora eu vi a oportunidade de de me colocar em cima da mota, armada em grande, ainda por cima sem ninguém por perto que me impedisse. Claro que ainda hoje o meu tornozelo me recorda aventura.

Esta semana encontrei uma das irmãs mais novas através do Face, a Suzete. Gostava de encontrara as outras irmã.

Veio-me logo á memória uma foto do casamento de seus pais cujo vestido de noiva achava e acho lindíssimo.

Aqui deixo a foto do casal que me aturou de pequenina as traquinices todas.