Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

sábado, 13 de abril de 2013

Os amigos não se esquecem

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Pois é, tu sabes que os amigos não se esquecem nem noutra vida.
Foi grande a nossa amizade enquanto estiveste deste lado, até partires foram muitos aqueles nossos telefonemas recordando tanta coisa que deixou imensas saudades, e acabavas sempre com palavras a tremelicar de emoção.
Quantas vezes me mandavas mensagens para te ligar, quando a saudade apertava, e eu fazia-o, contavas coisas e coisas do passado e do presente. Da tua doença falavas com uma força invisível com que a combatias, nunca te lamentavas.
Agora sou eu que me lembro mais de ti, falo contigo quando a saudade aperta, sentada á janela olhando a estrelinha que brilha no céu e parece piscar para mim, vou perguntando por muitos que talvez tenhas encontrado onde agora estás, e converso muito, não me respondes mas sei que me ouves e que estás bem, mereces porque foste sempre bom para todos.
Se como dizem, quem parte inicia outra vida, há um mês atras fez um ano que partiste.
Mas se ainda ca estivesses, hoje estaria agarrada ao telefone a mandar-te um enorme beijo de parabéns pelo teu aniversário, e voltava a ouvir a tua voz cheia de emoção entre risos de alegria e mandando beijos de saudades.
Seria o dia do teu aniversário, continuo a lembrar-te, lindo como estás nesta foto porque os amigos verdadeiros jamais serão esquecidos.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Agradecimento

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Gosto de escrever, porque me enche a alma, alivia o stress enquanto vou recordando tempos bons que não voltarão jamais.
Participei em muitos “sites”, de pessoas amigas, de outros colegas de estudos que a pedido abri com muito gosto e correu menos bem.
Depois o velhinho Comunidade de Tete, onde encontrei grande parte de amigos que íamos trocando ideias e conversando no tempo, até que alguém se encarregou de o “ matar”, pior ainda apunhalando pelas costas quem o fazia movimentar-se.
Depois cansei e cai na tristeza, até que meu marido e filhos me incentivaram abrir a minha própria pagina onde pudesse continuar a fazer o que tanto gosto, escrever.
É mais uma terapia ou necessidade,  mais que não seja para deixar aos meus filhos e netos.
E assim “postei” a primeira mensagem a 2 de Setembro do passado ano.
Aqui tenho escrito para quem quiser ler, sem alimentar quezílias e ouvir coisas que ninguém gosta.
Ainda não fez um ano e já tenho 2200 visualizações até hoje na minha página.
Os comentários, esses caem no facebook quando partilho nele o que escrevo, apesar de que gostaria de os ter aqui mesmo.
Mas não me importa, eles chegam até mim e fazem com que não me arrependa de ter escolhido este caminho.
A todos agradeço o tempo que perdem a ler o que escrevo.
Muito obrigada “estarei sempre por aqui, com ou sem uma chávena de chá”.


domingo, 7 de abril de 2013

O BAILE DA PINHATA

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O baile demorou até de madrugada., e nem o raiar do dia com o sol a inundar-me o quarto, e a voz firme do meu pai me fez acordar.

Sábado após a Pascoa era certo e sabido, salão do Sporting e estávamos em noite do Baile da “pinhata”.

Não sei a que refere essa tal da pinhata, apenas sei que é impensável faltar, afinal era mais uma noite de dança juntinhos quando a musica do conjunto Alvorada, intervala com o twist e o rock que nos põe a rodopiar de tal modo que já não era da temperatura o calor que sentíamos.
    
Casa cheia, gente bem vestida apesar de corpos ao léu nos decotes mais ou menos profundos e as minissaias acabadinhas de entrar na moda.

Eles, aperreados dentro de fatos de casaco e gravata, mais os tropas que tendo chegado das Metrópoles ainda não tinham percebido que a Balalaica nestes casos podia substituir a vestimenta tornando-se mais fresca.

Em redor da pista de baile mesas se espalham bem compostas pela presença das famílias, guardiãs das filhas que bailam.

Vão trocando conversa, ouvem-se risos há alegria, e quando a musica lhes agrada, como agora um tango de " Carlos Gardel",  puxam pela esposa e vão dançar.

Enche-se o salão bem decorado, do meio do tecto tem pendurada uma enorme bola colorida de papel na tentativa de imitar uma pinha, dela caiem fitas de varias cores, a meio da festa as meninas pegarão cada uma em sua que ira ser puxada pois apenas uma ficará presa e essa da direito a um premio

Não imagino o premio que possa ser, talvez um electrodoméstico oferta de Soel afinal o “Bolinhas” alinha sempre nestas coisas.

Olha para o lado, dançam todos, numa animada noite de baile.

Lá fora na varanda do clube que dá para o campo de futebol enche-se de gente que procura o fresco ou o bar que fica ali mesmo do lado direito procurando refrescarem-se com uma Laurentina fresquinha, uma laranjada Fanta ou talvez um Vinto que apesar de muito doce, fresquinho matava a sede.

Os mais velhos não dispensam o velho Whisky com soda e muito gelo servido num copo afunilado com um risco azul quase ao fundo, mais não era que a marca certa da dose a servir.

Das portas laterais os rapazes vão deitando o olho a ver que poderão convidar para dançar, talvez mesmo uma troca de olhares cúmplices combinados de antemão.

E vamos dançando, uma e outra vez e as horas vão passando, as roupas já transpiradas colam-se ao corpo, os mais cavalheiros oferecem o seu lenço impregnado do cheiro a after shave para colocar na mão da dama ao poisar a sua.

Uma delicadeza a que já estamos habituadas, o que não invalida aos poucos ir apertando o braço de modo a encostar a cara á nossa.

E dançaremos até altas horas, até que aos poucos vamos regressando a casa e no salão apenas restam os noctívagos já meios “esquinados” até que o sol os mande abandonar o local.


E acordei enfim, ao som duma imensa chuva que não nos larga há meses, onde o frio me afasta definitivamente de numa realidade atrás descrita, onde não há festas  como aquelas  nem alegria de outrora.

Oh saudades desses tempos!