Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

sábado, 24 de novembro de 2012

A vaca e o Burro


Desde sempre pertenço a religião católica com muito orgulho, fui baptizada, aprendi a catequese fiz todas as minhas comunhões e profissão de fé, casei pela igreja, baptizei meus filhos, consagrei-os á Senhora de Fatima, rezo ao meu Deus e creio nele.
Passei toda a minha vida acreditar na religião e nas escrituras.
Verdade que muita coisa questionei, e quando o fiz a resposta era sempre a mesma: São dogmas da igreja. (Um dogma, no campo filosófico, é uma crença/doutrina imposta, que não admite contestação. No campo religioso é uma verdade divina, revelada e acatada pelos fiéis. No catolicismo os dogmas surgem das Escrituras e da autoridade da Igreja Católica. No Catolicismo, o dogma é uma verdade revelada por Deus. Com isto o Dogma é imutável e definitivo (não pode ser revogado).
Com o passar dos anos e adulta confesso que há muitas coisas que me parecem “história” mas também não são de grande importância no meio de tanto de bom que há no Catolicismo.
Nos últimos anos a igreja tem perdido espaço para outras religiões que chegaram ao povo “roubando-os” á igreja católica.
Quer pela assistência junto deles, ouvindo seus males passando a palavra de ânimo e fé em dias melhores, uma palavra amiga no momento que mais se precisa e muitas vezes quando o desespero impera.
A vida para maior parte das gentes, não tem sido fácil, vieram dum regime oprimido que a palavra do padre era lei, ele é que os orientava na vida o que deveriam ou não fazer, até mesmo nas alturas conturbadas da politica.
Nesta altura os padres estavão bem mais atentos e junto aos fiéis.
Actualmente por muito boa vontade que se tenha, o padre deixou de ser apenas padre que visitava os fieis e os ouvia e passou a ser professor em escolas ou universidades, gestor de lares, e outras comunidades que lhes roubou tempo para assistir aos seus deveres de outrora.
Com o passar dos tempos e a liberdade adquirida após 25 de Abril, o povo melhorou a vida, começou a receber a sua reforma, abrandar os seus trabalhos de subsistência, a mandar os filhos estudar e tudo de novo se instalou nas suas vidas.
Talvez impreparado começa a cair-lhe em cima problemas que anteriormente não tinham, filhos na droga, maridos infiéis, dívidas inesperadas, e como sempre é á fé que recorrem.
Precisam de uma palavra amiga dum conselho de alguém que oiça suas amarguras, que entre em suas casas e lhes dê a esperança, uma palavra de alento.
Mas isso deixou de existir, o padre apenas aparece ao domingo para dizer a missa, algum baptizado ou casamento e nada mais.
Aqui entram as ditas outras religiões, de porta em porta entram conversam e convencem-nos a curas milagrosas dos males do corpo e da alma, e levam-nos para as suas igrejas.
A crise de padres na Católica está instalada, poucos há nos seminários que dê para substituir os já idosos sacerdotes que quase arrastando-se, vão celebrando as missas ao domingo, mesmo assim é ver a ausência de gente assistir.
A juventude deixou de ter uma religião, deixou de ter fé, tem uma autêntica ausência de crenças religiosas, e moral.
Grosso modo deixou de haver casamentos religiosos, baptizar os filhos e manda-los a catequese, salvo algumas excepções, ainda há crianças aprender a catequese.
Não bastando toda esta crise, apareceu ultimamente escritores pondo em causa todas uma base religiosa católica.
São livres de o fazer, o que também sou livre de achar indecente, pois se acontecesse faze-lo com outras religiões certamente teriam alguma surpresa bem desagradável.
Por em causa a base duma religião abana qualquer cristão, em vésperas de plena época Natalícia, a mais alta entidade da Igreja católica publicar um livro pondo em causa algumas figuras do presépio, choca-me profundamente, quando há um universo de coisas muito mais urgentes a actualizar.
Questiono firmemente qual a importância de desmentir a presença do burro e da vaca no presépio, isso alguma vez altera a importância no nascimento do Salvador?
Os reis magos, a estrela de Belém, bolas, para nós adultos com alguma inteligência percebe de imediato que não passa de “composição” da cena do presépio, mas que ali foi colocada certamente para representar toda os seres vivos fosse gente ou animais.
E agora as crianças, onde ficam no meio disto tudo?
Ninguém vai ter coragem de dentro de dias ao fazerem o presépio, dizerem-lhes que terão que retirar 5 figurinhas que já não pertencem ali.
Eles já não acreditam no pai Natal, agora vão deixar de acreditar no presépio?
Era necessário esta publicação:
Perto do Natal, papa lança livro sobre infância de Jesus
O papa Bento XVI lançou nesta semana um livro sobre a infância de Jesus, o terceiro de sua autoria com relatos da vida de Cristo. O sumo pontífice optou seguir de forma fiel as informações dos quatro Evangelhos, deixando de fora elementos incorporados pela iconografia católica, como a presença de animais no local de nascimento.
O terceiro aborda o nascimento em Belém (e não em Nazaré, como muitos acreditam) e faz referência ao contexto histórico do nascimento de Jesus
” O quarto capítulo fala sobre o papel dos Reis Magos, que representam, segundo o papa, a humanidade 'quando faz o caminho para Cristo'.”

domingo, 18 de novembro de 2012

Viajar

Photobucket


Viajar é aprender…só que nem tanto!
Todos os anos viajo em férias ou serviço, e acontece sempre a mesma coisa: Uma carga de nervos que me limita o gozo que teria se tudo corresse bem.
Logo a chegada ao aeroporto de bilhetes na mão, procuro o primeiro ecrã que me possa indicar o balcão do check in do voo que irei apanhar.
Mesmo com o tempo de antecedência regular encontro sempre imensas filas de gente que, como eu também gostam de não chegar atrasados.
Aqui começa a cegada….
Algum tempo após, começam a surgir os inteligentes que vem atrasados, e querem passar a frente de todos que pacientemente já ali estão desde cedo.
A técnica é diversa, desde fazer de conta que vai cumprimentar um amigo que já se encontra no início da fila e aos poucos ir empurrando as malas para junto deles.
A outra técnica e dizer que a mulher esta grávida e tem prioridade, quando ela apenas padece duma imensa obesidade.
Acompanhando estes turistas que vão apenas por uma semana ou menos, uma catrefada de malas que mais parecem estar a mudar de casa.
Não bastando a imensa bagagem de porão ainda os saquinhos…aqueles simpáticos sacos a que chamam de mochilas, que os acompanham para dentro do avião com um peso quase superior ao que despacham.
Após todas as démarches, o embarque.
Só a entrada nos minis bus até chegar ao avião, começa logo aqui o empurra para apanhar um banco sentado para um trajecto de 5 minutos, sim porque a viagem longa justifica!
Esbugalham-se os olhos para o cartão de embarque para localizarem o lugar que criticam ser muito atrás quando no check in nem reparam se lhes atribuem um lugar a frente ou no fundo do voo.
Chegado aos respectivos assentos, uma cena para colocar nos porta-bagagens toda a parafernália de “catundos”, enquanto os outros pacientemente esperam que eles desimpeçam o caminho para poderem passar.
Ufa! Enfim, tudo sentado.
Quando pensamos que já acomodados, iremos sossegadamente fazer a nossa viagem, pegamos num livro para ajudar a passar as horas que ali passaremos entalados entre dois assentos que quase não nos permite respirar.
O parceiro da frente, não esta de modas e como se sente um nababo sentado num avião, coloca o dedo seboso no botão lateral do braço do assento e pressiona, colocando o assento refastelado para trás. Assim é que é, até parece que esta na sala de estar lá de sua casa.
O passageiro da cadeira de trás que se lixe, e fica com um espaço mínimo que nem dá para continuar com o livro aberto.
Logo que se apaga a luz indicadora dos cintos ajustados, começa a festa, levantam-se, estende os bracinhos ao máximo deixando escapar o “pachuli” do sovaquinho transpirado e toca de abrir o porta-bagagem superior. Tira mochila saca de lá uma qualquer coisa, dez minutos passados a mesma cenas agora para colocar o que de lá tirou!
Outro tempo que tal, e novamente os mesmos gestos, repetindo-se isto dezenas de vezes, com o inevitável barulho que faz o abrir e fechar do compartimento.
E assim se desenrola toda a viagem num vai e vem á mochila!
Apenas o anúncio de que ira servir alguma “sandocha” os mantém por momentos sentados e quietos.
Refilam porque a refeição não presta, mas pedem outra dose se houver.
Durante o voo um vai e vem pelos corredores que impedem trabalhar as hospedeiras.
Á chegada repete-se a mesma cena inicial para tirar os pertences e desembarcarem.
Os lugares que ocuparam ficam pejados de lixo.
Ora diz o bom senso que não vale a pena ter pressa para saírem do avião e correr a ir buscar a bagagem ao tapete porque ela terá que ser transportada do avião ate ao terminal o que leva algum tempo, mas isso tolda todo o raciocínio e vai tudo a correr a procura do tapete onde possa apanhar bagagem.
Uns dez a quinze minutos demora a bagagem até começar a aparecer a primeira mala, mas ninguém se atreva a chegar ao pé do tapete porque em toda a volta está gente colada ao círculo da passadeira a espera da primeira mala.
Ai é que são elas, enquanto a dita não aparecer os que já tem a mala a rolar no tapete não tem qualquer hipótese de lá chegar que a fileira esta cerrada e intransponível.
Após uns empurrões de quem puxa pelo seu troféu sem reparar quem esta ao lado ou atras, dá com a dita nas pernas de alguém, e nem pede desculpas.
Ufa…Já consegui espaço para pegar na minha mala e sair daquele inferno.
La vão eles, felizes de carrinho atulhado de malas e sacos mais os ”recuerdos” que compraram durante as férias, uma parafernália de coisas que se fosse no nosso país ninguém as compraria.
Hoje começo a entender o porquê das Low coast cobrarem pela bagagem que levarem...
Pois é, sou de opinião que em vez de passarem tantas telenovelas na televisão, que tal uns programas cívicos para o nosso “people” por exemplo?
Seria de uma imensa utilidade pública, para bem do pessoal dos aeroportos, companhias aéreas, e público em geral.
Assim espero.