Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Gente perigosa






Costuma dizer-se que cada país tem o povo que merece, e talvez assim seja.

Portugal não assenta governação, todos falam e não acertam, preocupam-se com a economia, com a metas da Troika, com tudo menos com o que é de mais importante para as suas gentes:

  • ·        Educação
  • ·        Saude
  • ·        Alimentação


Resumindo, estabilidade social que se consegue com um emprego, assitencia médica e boas escolas.

Assim acredito no sucesso de um povo.

Mas nos ultimos anos a instabilidade geral assentou arraiais em Portugal, e enquanto durante anos houve muitos a viver “a pala” dos dinheiros publicos, outros houve a fazer a sua vidinha gastando como podia fazendo contas á vida e planeando-a mediante as suas posses.

O resultado na crise é que comem todos pela mesma bitola, ou seja todos com redução de salarios que já de si em Portugal, uma vergonha, redução de reformas, para as quais trabalharam e decontaram, etc

Depois vem a rebaldaria dessa instabilidade, crianças ao abandono, idoso espancados e a fome, assasinios por ciumes, etc, uma violencia sem tamanho onde não vejo actuação das forças da ordem.

Em cada caso  destes, oiço apenas “ESTÁ EM INVESTIGAÇÃO”. Enquanto isto continua tudo na mesma.

Andei á vontade pelo Brasil, por Moçambique, mas aqui em Portugal temo tudo o que passa não só durante o dia como á noite.

Impunemente passeam-se pela cidade vagabundos, drogados chegando estes a injectarem-se no meio da rua a vista de toda a gente.

Partem vidros das lojas, assaltam, destroem o que pela frente, no olhar turvado pelo vicio e pelo alcool, lhes aparece.

E os incendios, que dizer deste destruir de riqueza natural, alguem os apanhou?

Não referindo um dos ultimos assaltos registados a uma ourivesaria sita ao inicio da rua direita de viseu, esta noite despejaram acido em cima de uma Escultura de Aquilino Ribeiro recentemente inaugurada, porquê?

É quem anda com acido na noite para o usar assim?

Gente perigosa certamente que ninguel deita a mão.

Enquanto andarem impunes, livres sem quem os domine e respeitem ninguem vai a lado algum.


domingo, 15 de setembro de 2013

FROM: TETE FQTT TO: BEIRA FQBR



Encontrei este vídeo sobrevoando Tete.

Recordo o ano de 1070 em que de quando em vez íamos passar o fim de semana a Salisbúria, capital da antiga Rhodesia.

Combinávamos com alguma antecedência, contactávamos o Jorge Guerra e sábado de manhã  partíamos para a capital, logo cedo e domingo a tarde regressávamos.

Deste vídeo fica a imagem da minha terra do ar, do imponente Zambeze das paisagens caracteristícas de Africa.

Aterravamos no aeroporto de Salisbury e logo tínhamos o táxi para o centro da cidade.
Era um banho de civilização, um corre-corre pelas lojas da cidade, OK Bazar, Macys´s, Man´s etc., na First street de ponta a ponta, a Manica Road etc.

Um vislumbre de coisas lindas, e acabávamos sentadas no jardim lambendo um “sorvete” enquanto descansávamos da correria.

Circulava pelo jardim gente linda, senhoras de idade vestidas de rosa ou azul clarinho de lindos chapéus na cabeça, os cavalheiros de calção e balalaica com meias até aos joelhos num estilo impecável colonial, ao fundo num campo de jogos os idosos jogam uma partida de Bowling, um cenário idílico.

Á noite ficava num hotel na First Street, e dava gozo ver as ruas com mil luzes acesas.

A paixão foi crescendo até que fui e fiquei.

Ali nasceram os meus filhos, ali vivi os melhores anos da minha vida.

Muitos que nos visitavam, tinha uma porta aberta para todos nos momentos de pressão política em moçambique e com alegria todos recebi.

Conhecia a cidade de ponta a ponta, tinha amigos, muitos que nos apoiaram sempre no princípio.

Perto de mim, o Bicas Figueiredo, a Família Simas, Os Borges (da Soel), etc. gente de Tete que se mudaram pela força das circunstâncias e continuamos de mão dadas.

Os fins de semana juntos em almoçaradas até escurecer uma contínua amizade que perdura por todos estes anos.


Trabalhei no colégio português agregado á embaixada, como professora, meu marido como bancario no Rhobank.

Uma vida calma organizada rodeada de progresso e futuro.


Até que a instabilidade política chegou também aquele país maravilhoso e tivemos que partir!


Que saudades desse tempo!

Estragaram o meu sonho e de muitos Rhodesiamos!