Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

quinta-feira, 4 de abril de 2013

OS DOUTORES

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Outrora quando a iliteracia grassava neste país, e a subserviência do campónio perante o Sr. Pior ou o Sr. Doutor a quem levam os ovos mais frescos ou o queijo, para lhes agradar muitas vezes sem poderem economicamente, era de vontade que seus filhos estudassem para poderem mais tarde inchar o peito e dizer que seu filho também era doutor.
A vida era dura e o caminho mais rápido para que pudessem chegar a estes "status" era muitas vezes coloca-los no seminário onde andavam alguns anos e se tivessem a “vocação” seguiriam para sacerdotes, cargo que lhes garantia casa, posição na vida, e receberem também as tais ofertas do pobre trabalhador com dificuldades, ou seja boca farta.
Se não tivessem vocação, saìam e com a ajuda de um padrinho conseguiam tirar um qualquer curso na capital á custa do esforço que mais tarde veriam compensado.
Mas grosso modo este país tinha era muitos operários, ora trabalhavam por conta de outrem ou abriam seu próprio negócio e ao fim de uns anos, passavam a ser  respeitados la pela aldeia onde a boca pequena sussurravam “este está bem na vida” .
Com o passar dos anos, talvez devido a esta submissão e ganancia do povinho  , os filhos passaram a fazer um “up grade” de operários a doutores. Ninguém era “gente” se não tivesse o dito canudo,e por esta vaidade esmifravam-se os parcos haveres , fosse de que modo fosse.
Assim chegamos a este país que se precisarmos de um canalizador, pedreiro ou de outra profissão que seja, levam o preço de uma consulta médica á hora mesmo assim difícil é encontra-los.
Mais ainda, nos últimos anos com a sede do DR antes do nome, chegam os tais diplomas falsos comprados sabe-se lá de que maneira o que torna um perigo publico sem motivo que o justifique.
Já diziam os antepassados, mentira tem perna curta assim ultimamente é vê-los passarem pela vergonha de terem sido descobertos na patifaria.
Pior ainda, termos gente no nosso governo nesta situação.
Que se saiba num curto espaço de tempo um primeiro-ministro e um responsável pelos Assuntos Parlamentares do governo de Portugal.
Onde fica a honra, a hombridade, a vergonha desta gente?
Pois eu acho que é uma honra ser trabalhador, honesto sem mesmo o DR, cara levantada enfrentando o mundo sem nada que se lhe diga.
Estes valores foram os que deveriam ter ficado na cabeça desta gente.
Aos verdadeiros doutores, aqueles que estudaram mesmo a valer e tanto ajudam ao desenvolvimento deste país, tiro o meu chapéu.