Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

quarta-feira, 28 de junho de 2017

CASAS ABANDONADAS


Escrevi em mote de brincadeira, sobre os peixes do Pavia os tais peixes pintados em esferovite embelezando o rio sem sentido algum.

Olhando para o lado contrário, basta rodar o corpo 180º casas que choram tempos passados, talvez com saudade dos donos antigos pois os actuais se é que os há abandonam-nas à sorte do tempo.

Aos poucos vão os telhados caindo, as janelas onde outrora  apreciavam o correr do rio onde as lavadeiras se debruçavam no lavar dos lençóis alvos, talvez dos senhorios que serviam, onde havia barcos movimentando-se, hoje de vidros partidos .





As sacadas de ferro forjado, talvez ainda da autoria de António Malho, onde as vizinhas desenrolavam conversas de varanda para varanda, hoje já nem os pássaros la pousam.

Enfim, casas sem alma, abandonadas ate caírem devido as madeiras podres dos telhados e no interior no chão outrora encerados e brilhantes bem como alguma escadaria que resta perigosamente a cair.

Nesta rua, e em outras ruas da cidade, há muitas casas assim e mais doí as que já foram palacetes, e hoje a era  trepadeira tomou conta dela.
 
Quase não as vê apenas o verde da invasão dessa praga as cobre totalmente assenhorando-se de tudo, onde já nem alma tem.

Não deveria haver uma lei que obrigasse os herdeiros a manterem-nas habitáveis, ou que as vendam quer seja para restaurar quer seja para deitar abaixo, sempre deixava de haver um canto para noctívagos e drogados, e ai nascer novas residências onde se oiçam as vozes das gentes e o riso das crianças.

Salvem as casas outrora lindas, construídas com tanta dificuldade pelos velhos donos para as deixarem aos filhos como herança. 

Respeitem os velhos donos que apesar de já não estarem neste mundo, gostariam  de ver os seus sacrifícios de uma vida terem valido a pena.,