Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

sexta-feira, 26 de maio de 2017

DIA DA VIZINHA



Dia da vizinha, quem haveria de se lembrar deste dia dos quais nunca antes ouvira.

Vizinha, sim já as tive porta com porta a quem de quando em vez pelo fim da tarde nos sentávamos a fazer crochet ou aprender novo ponto de malha.

Hoje tenho e não tenho vizinhas, as casas estão vazias, pois assim não existe as tais porta a porta, mas também ,algumas apesar de o serem, especialmente nos prédios, chegam a não se ver ou então esquecem-se de cumprimentar.

Cada um no seu casulo de porta fechada sem conversas sem mesmo se conhecerem.
Felizmente e ainda daquelas pessoas puras sem interesses ou vaidades vou tendo vizinhas que para mim não o são pois vivem do outro lado da rua e raro as vejo passar,mulheres do campo que passam para os seus terrenos para amanha-los ou regar.

Regressam carregadas de ervas que colhem para seus animais de casa, galinhas,  coelhos, etc.

Acontece que muitas são as vezes que ao regressarem dos seus afazeres no campo me deixam pendurado nas grades do portão uma alface, feijão ou repolho conforme o legume da época.

Apenas os deixam num saco de plástico do qual dou conta porque o meu Ruca (cão de casa) ladra ao menor movimento de rua.

Não são minhas vizinhas pois moram um pouco afastadas de mim mas assim não sendo poderei chamar-lhes com muito gosto “amigas”.

É um bairro onde não há discussões nem mal dizer, quando nos encontramos há tanto que falar sobre as hortas o tempo que não chove, etc.


Ou então são demasiado importantes de fino porte vivendo em castelos rodeados de aias sem nunca ouvirem falar de quem vive em redor deles.

A quem as tem Feliz Dia da Vizinha, e se for boa estime-a pois são como parte da sua família que nas aflições basta um knoc knoc na porta ao lado.




segunda-feira, 22 de maio de 2017

Amigos Especiais

Se tenho amigos, sim tenho daqueles mesmo que nos chamam manos e manas, que lhes troco o nome propositadamente por graça,há mais de quarenta anos, daquelas que lhe roubava a esposa e fugíamos para o quarto para abrirmos o coração e ouvir um conselho.

Amigos cujos filhos minha mãe criou, acolheu no seu colo como a nós mesmo e embalava ate que o soninho chegava.

Quarenta e tal anos passaram e são os meus meninos, tal como os meus filhos, já mais
altos que eu mas sempre os meus meninos do coração.

A mais nova ficou comigo após nascer, aquela coisinha rosada e linda dentro de uma alcova forrada como era uso naquele tempo.

Nascera logo a seguir ao meu a velho ou seja como uma diferença de idade de mais ou menos 2 aninhos, o meu menino que espreitava para dentro do berço de olhitos arregalados e a acariciava se ela chorasse.

A Cristina e meu filho num dos muitos casamentos.

Como não poderia ser ela como uma filha para mim?

Foram os padrinhos do meu casamento, do baptismo do meu filho, enfim uns irmãos e amigos como nunca tive.

Eram tão alegres bons vizinhos razão porque volta e meia o mais velho fugia para casa da “avó”.

A vida mudou, fomos todos empurrados para um buraco de quem puder que se salve o resto não interessava, e a vida separou-nos.

A falta que senti deles, da minha confidente, da irmã de coração que Deus me pôs no caminho quando achou que precisava dela para me aconselhar naquelas idades difíceis.
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Não vale a pena falar nestes tempos porque todos passamos, tempos de saúde, fartura, bons empregos etc para termos que lutar e muitos de nós nos sujeitarmos sabe Deus como, para começar a vida e se safarem do buraco para onde nos haviam deixado.

Reencontramo-nos anos depois,num abraço apertado dando a ideia que nesse momento os nossos corações se beijaram de alegria, e não mais nos deixamos.

Nem mesmo as doenças e achaques que vão aparecendo lá estamos lado a lado de mãos dadas postas pedindo a ajuda de Deus que nunca nos tem faltado.

Provações do Senhor que não nos deixa parar de orar pela sua ajuda apesar de chorarmos da dor que sentimos.

A Fé, essa que nunca nos falta, o Deus que sempre está presente mesmo por caminhos
dificeis e tortos.

Dos muitos amigos que tenho  que me perdoem, esta família são realmente os mais importantes para mim, sabem são daqueles amigos irmãos e amor reciproco.

Rezo por eles como pelos meus e peço a Deus que esteja sempre presente quando a vida é mais amarga para que a união faça a força e vença todas as pedras que vão aparecendo na vida.

Beijo estes estes  meus meninos e os pais com eterna amizade.