Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

domingo, 2 de março de 2014

Saudosista, talvez!

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De tudo que escrevo, ontem chamaste-me saudosista, talvez o seja porque não?

Afinal conto historias que vivem na minha memoria, tal como meu pai fazia, e tenho saudades da minha terra.

Pois esta noite sonhei que estava refastelada numa cadeira de lona de braços cruzados sobre a nuca olhando esta paisagem serena e calma.

Em redor  o barulho da água que corre de mansinho, e o pio dos pássaros que mergulham procurando alimento, mais aqueles barulhinhos das noites de Africa.

Aqui e ali o brilhar do pirilampo numa dança sincronizada.

E sinto dentro de mim uma paz incomensurável, lembro-me de ti, do nosso amor ao longo de tantos anos.

Faz um calor gostoso, uma brisa fresca que me acaricia o rosto como os beijos que me dás.

Não queria acordar, não e não, sinto-me tão bem, apenas faltava a presença das netas para quebrar o silêncio com as suas traquinices e gargalhadas, elas aqui também seriam felizes.

É domingo, acordo, abro a janela e chove, faz um frio gelado, a paisagem é tão triste, volto para a cama ainda dormes, aconchego-me a ti e sussurro baixinho:

-Sou saudosista sim, e serei sempre, com muito gosto!