Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

domingo, 18 de dezembro de 2016

Feliz Natal


Natal, há pois é, mais um ano que vai passar, montes de gente carregada de sacos, luzes pelas ruas parecendo a noite , dia um rodopio que só visto.

Crianças que berram fora e dentro das cadeirinhas de bebé, umas por birra outras ensonadas.

Parece não terem casa, á semana é a escola, depois os ATLs quando chega o sábado e domingo que querem ficar no seu quarto descansando gozando os brinquedos que lhes foram dados no Natal anterior, não podem porque se mantém o corre corre, o despacha-te senão não termos tempo.

Tempo para quê, para se enfiarem num centro comercial qualquer remexendo tudo comprando desalmadamente, o verdinho do cartão de credito aguenta-se, depois logo se vê.

Almoço, que almoço “toma lá dinheiro e vai aos hambúrguer !

E a azafama continua, é para o primo e para a prima, para os avós, amigos colegas etc etc. bugigangas de todo o feitio daquelas que se recebem e põem-se a um canto lá de casa sem qualquer utilidade.

E a ceia de Natal, bolos e mais bolos os salgados as sobremesas, bolas que não se tem tempo para fazer tudo, vai-se ali ao lado a pastelaria, e caro mas lá tem que ser.

E anda tudo numa fona entre prendas, arvores de Natal e até o gato que optou por se esconder debaixo do sofá.

E faz-se a consoada, mesa cheia caras cansadas olhos encovados, reza-se para que chegue rápido a hora de abrir os presentes e cair na cama.

E o telefonema que se esqueceram de fazer aos familiares e pais velhotes ? 

Sem olhar para o relógio resolvem desejar-lhes boas festas quando o soninho bom dos pobres velhotes é interrompido dada a hora tardia.

Nisto tudo onde está o espírito de Natal?

Bolas será que sou tão sádica que detesto tudo isto?

Como recordo com saudade a pobre da árvore que meu pai levava para casa, como se fosse o mais lindo pinheiro do mundo, e colocava a um canto da sala, normalmente junto ao aparador de louça e deixava que o enfeitássemos.

Imensas estrelas feitas de prata de cigarros que juntávamos durante o ano e guardávamos religiosamente dentro de um livro para as manter esticadas, no cimo a maior das estrelas a quem calhasse colocar encarrapitava-se numa cadeira quase caindo acabando por ser meu pai a coloca-la.

Neve, diziam que na Metrópole nevava naquela época, enquanto por lá o ar condicionado estava no máximo.

Resolve-se o problema, pedaços de algodão espalhados pela árvore parecia mesmo a tal neve que nunca tinhamos visto e apenas existia na nossa imaginação.

Depois havia que colocar as luzes, olho hoje para as gambiarras do chinês e apenas sorrio.

Na nossa árvore de Natal eram velas coloridas presas nos galhos por molas e que na noite de natal se acendiam.

Como era linda a minha árvore de Natal
.
Prendas apenas uma comprada só pelos adultos,e uma roupa nova para estrear na missa.

Sim havia que ir á missa lindas de vestidos novos que nos enchia de vaidades.

Outras prendas havia dos familiares mas coisas simples e uteis.

Num dos últimos Natais meu pai caprichou e ofereceu-nos umas bonecas grandes, com cabelo e brincos pequeninos, iguais para cada uma de nós
.
Essas bonecas eram tão lindas e gostávamos tanto delas que ainda hoje as temos
.
Após a missa, era o almoço melhorado com uma sobremesa caprichada pelo cozinheiro, bem como os docinhos de minha mãe recordando seus costumes de Natal, depois perdiamos-nos nas brincadeira l.

Pela tardinha quando o calor amainava visitávamos a família e amigos um pastelinho aqui um docinho ali ginger ale ou coka cola as crianças, wisk aos adultos enquanto iam conversando  desejando as Boas festas.

Era um natal bom, de amizades união e calmo, e à noite dormíamos felizes de sorriso nos lábios e sonhos infinitos.