Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

domingo, 18 de novembro de 2012

Viajar

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Viajar é aprender…só que nem tanto!
Todos os anos viajo em férias ou serviço, e acontece sempre a mesma coisa: Uma carga de nervos que me limita o gozo que teria se tudo corresse bem.
Logo a chegada ao aeroporto de bilhetes na mão, procuro o primeiro ecrã que me possa indicar o balcão do check in do voo que irei apanhar.
Mesmo com o tempo de antecedência regular encontro sempre imensas filas de gente que, como eu também gostam de não chegar atrasados.
Aqui começa a cegada….
Algum tempo após, começam a surgir os inteligentes que vem atrasados, e querem passar a frente de todos que pacientemente já ali estão desde cedo.
A técnica é diversa, desde fazer de conta que vai cumprimentar um amigo que já se encontra no início da fila e aos poucos ir empurrando as malas para junto deles.
A outra técnica e dizer que a mulher esta grávida e tem prioridade, quando ela apenas padece duma imensa obesidade.
Acompanhando estes turistas que vão apenas por uma semana ou menos, uma catrefada de malas que mais parecem estar a mudar de casa.
Não bastando a imensa bagagem de porão ainda os saquinhos…aqueles simpáticos sacos a que chamam de mochilas, que os acompanham para dentro do avião com um peso quase superior ao que despacham.
Após todas as démarches, o embarque.
Só a entrada nos minis bus até chegar ao avião, começa logo aqui o empurra para apanhar um banco sentado para um trajecto de 5 minutos, sim porque a viagem longa justifica!
Esbugalham-se os olhos para o cartão de embarque para localizarem o lugar que criticam ser muito atrás quando no check in nem reparam se lhes atribuem um lugar a frente ou no fundo do voo.
Chegado aos respectivos assentos, uma cena para colocar nos porta-bagagens toda a parafernália de “catundos”, enquanto os outros pacientemente esperam que eles desimpeçam o caminho para poderem passar.
Ufa! Enfim, tudo sentado.
Quando pensamos que já acomodados, iremos sossegadamente fazer a nossa viagem, pegamos num livro para ajudar a passar as horas que ali passaremos entalados entre dois assentos que quase não nos permite respirar.
O parceiro da frente, não esta de modas e como se sente um nababo sentado num avião, coloca o dedo seboso no botão lateral do braço do assento e pressiona, colocando o assento refastelado para trás. Assim é que é, até parece que esta na sala de estar lá de sua casa.
O passageiro da cadeira de trás que se lixe, e fica com um espaço mínimo que nem dá para continuar com o livro aberto.
Logo que se apaga a luz indicadora dos cintos ajustados, começa a festa, levantam-se, estende os bracinhos ao máximo deixando escapar o “pachuli” do sovaquinho transpirado e toca de abrir o porta-bagagem superior. Tira mochila saca de lá uma qualquer coisa, dez minutos passados a mesma cenas agora para colocar o que de lá tirou!
Outro tempo que tal, e novamente os mesmos gestos, repetindo-se isto dezenas de vezes, com o inevitável barulho que faz o abrir e fechar do compartimento.
E assim se desenrola toda a viagem num vai e vem á mochila!
Apenas o anúncio de que ira servir alguma “sandocha” os mantém por momentos sentados e quietos.
Refilam porque a refeição não presta, mas pedem outra dose se houver.
Durante o voo um vai e vem pelos corredores que impedem trabalhar as hospedeiras.
Á chegada repete-se a mesma cena inicial para tirar os pertences e desembarcarem.
Os lugares que ocuparam ficam pejados de lixo.
Ora diz o bom senso que não vale a pena ter pressa para saírem do avião e correr a ir buscar a bagagem ao tapete porque ela terá que ser transportada do avião ate ao terminal o que leva algum tempo, mas isso tolda todo o raciocínio e vai tudo a correr a procura do tapete onde possa apanhar bagagem.
Uns dez a quinze minutos demora a bagagem até começar a aparecer a primeira mala, mas ninguém se atreva a chegar ao pé do tapete porque em toda a volta está gente colada ao círculo da passadeira a espera da primeira mala.
Ai é que são elas, enquanto a dita não aparecer os que já tem a mala a rolar no tapete não tem qualquer hipótese de lá chegar que a fileira esta cerrada e intransponível.
Após uns empurrões de quem puxa pelo seu troféu sem reparar quem esta ao lado ou atras, dá com a dita nas pernas de alguém, e nem pede desculpas.
Ufa…Já consegui espaço para pegar na minha mala e sair daquele inferno.
La vão eles, felizes de carrinho atulhado de malas e sacos mais os ”recuerdos” que compraram durante as férias, uma parafernália de coisas que se fosse no nosso país ninguém as compraria.
Hoje começo a entender o porquê das Low coast cobrarem pela bagagem que levarem...
Pois é, sou de opinião que em vez de passarem tantas telenovelas na televisão, que tal uns programas cívicos para o nosso “people” por exemplo?
Seria de uma imensa utilidade pública, para bem do pessoal dos aeroportos, companhias aéreas, e público em geral.
Assim espero.



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