Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

domingo, 7 de outubro de 2012

Já os batuques na noite, uns mais longe outros mais perto haviam avisado!
A canhoneira estaria a chegar, saiu do Chinde já depois de vir de outras paragens. Na sua marcha lenta veio rio acima.
Os apitos do costume avisaram a sua chegada.
Desta vez não veio cobrar o “mussoco” aos pescadores do rio, mas veio carregadinho de gente que subia Zambeze numa ansia de uma breve chegada.
Logo pela manha, já o calor se fazia sentir, atracou ali mesmo junto aos cais da alfândega.
Não foram marinheiros vestidos de branco, coisa raramente vista por aquelas paragens, que desta vez desceram do barco.
Foi gente vinda de longe, aperaltados e com muita família que desceram a rampa do barco.
Chegaram ao Zambeze, numa alegria sem limites, muitos abraços muita alegria um matar de saudades imenso.
Deste Zambeze, apesar de se ver o rio correr, que não com este nome, foi um restaurante bonito com embondeiros que faziam lembrar os da nossa terra, com peixes neles que lembravam o nosso pende, e andorinhas recordando que emigram e voltam sempre na primavera.
Tudo nos lembrava a cidade Moçambicana que deixamos e jamais esquecemos.
Neste dia ali era Moçambique, e representada pelos habitantes, a cidade de Tete.
A 5 Outubro, a distância deixou de existir entre continentes e durante horas Tete passou a ser no alto da colina de Lisboa.
Num almoço cheio de gente saudosa do passado, das amizades, das tardes de convívio a beira-rio ou num qualquer ponto da cidade.
Portas fechadas, não cabia mais ninguém, 120 pessoas dentro do restaurante sentados em alegre confraternização, e com Sr. Embaixador de Moçambique acompanhar todo aquele pessoal feliz.
Uma simpatia, o alto representante de Moçambique em Portugal que junto aos nossos Tetenses, passeou de mesa em mesa, conversando, brindando!

Uma maravilha!
Ao despedir-se, falou às nossas gentes num discurso que encheu os corações de todos de orgulho e esperança em Moçambique.
Não partiu sem antes lhe entregarmos uma lembrança, uma pequenina lembrança de simpatia dos Tetenses que jamais deixarão de o ser.
Também  foi oferecido o último livro da Tetense, Manuela Gonzaga lançado dois dias antes, e que autografou colocando a promessa de um futuro livro sobre Moçambique a terra que todos amamos.

E a música continuou, sem faltar a marrabenta, tudo dançou, cortou-se o bolo e brindamos.

Um até para o ano já cheio de saudades.

Quem ficou para a noite, do miradouro viu as luzes acesas da outra margem, seriam as luzes do matundo?

Obrigada, Chamwares!




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