Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Cinema S.Tiago

                                                               Cine S.Tiago


E a propósito de cinemas, pois hoje quase o vejo naquela fila como há muitos anos fazia meu pai, ou não.

Sim nós tínhamos lugares cativos o ano todo, um luxo dos tempos áureos da vida, mas naquela fila comprava-se os bilhetes para a matiné e do outro lado da janelinha o Ferreirinha do cinema, que ia trocando a entrada pelos trocos á época.

Lembro-me da inauguração deste cinema, um luxo poderia dizer, uma entrada com espaço e algumas montras com cartazes de filmes e mais importante com ar condicionado, onde se parava antes da sessão e durante o intervalo para uma conversa ou para apreciar as toiletes das senhoras de braço dado com os respectivos esposos.

E a goma, não falaria nela se aqui não parecesse na foto, essa goma que pertence a história da cidade, parava pelo jardim do rio mas de quando em vez lá fugia e deambulada pela cidade a procura de cerveja e cigarros a que os militares a habituaram.

Realmente engraçado o bicho mais que não fosse para os mais pequenos conhecerem um exemplar da fauna Tetense.

Voltando ao Cine São Tiago, não falando da comodidade das cadeiras do seu posicionamento ou do ar condicionado que nos regalava, assistia-se religiosamente á matiné de domingo, fosse o filme que fosse apesar das coboiadas e os filmes românticos serem os mais apreciados.

Também local por onde passou muitos artistas da Metrópole perdidos naquele c confim do mundo. Tony de Matos, a revista Vison Voador se me não falha a memoria onde Io Apoloni quase se desnuda no palco, e outros espectáculos mais.

Na realidade já se tornava pequeno o espaço “cultural” do burgo pelo que mesmo ao lado nasce um outro cinema Estúdio 333.

Pois na realidade havia espaço para todos assistirem a um bom filme, antecipado pelos documentários da metrópole muito bem aceites por todos que sempre se iam relembrando da santa terrinha

Alguns anos passados, volto a estar de frente para ele, fechado telhado a cair, as escadas de mármore todas partidas, alegrei-me por voltar aquele local e parti com o coração apertado pela imagem apocalíptica que encontrei.

Um espaço de cultura que poderia ter sido aproveitado para a juventude, morreu!



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