Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

terça-feira, 28 de junho de 2016

Uma cidade feliz.


Acordou pela manha, o fresco da noite ainda se sentia apesar do sol vermelho como só em Africa, despontava para lá do Zambeze.

A cidade acordara há muito na calma vagarosa que sabia bem ao despertar, nas esplanadas já as mesas bem compostas de citadinos madrugadores que recorriam ao café ou ao matabicho para começarem o dia.

Na rua tais como bandos de xiricos também os miúdos, de bata e livros na mão em grupinhos se dirijam às escolas, ouvindo-se o som alegre das suas vozes e risinhos.

Ruas arranjadinhas, arborizadas de acácias floridas que além de sua beleza nos emprestavam a sombra fresca.

De carro rodavam vagarosamente, bem barbeados de brilhantina no cabelo cheirando a Old Spice, janela aberta e braço de fora, conduzindo com uma só mão todos estilosos, acenando de quando em vez as cachopas mais espigadas.

Um acelerar mais forte marcava a sua passagem, e ia rondando o espaço até soar a campainha sinalizando a hora de entrada no colégio.

E parava o movimento, pelo menos até a hora do intervalo.

Fugia-se as escondidas para o fresco condicionado do Dominó, de olhos postos no relógio para os encontros ocasionais das meninas com os galãs daquele tempo.

De dentro do café via-se a rua, os jeeps militares movimentando-se no edifício em frente outrora um hotel de luxo com piscina e tudo frequentado pela sociedade acabando em quartel militar.


Era uma cidade feliz.

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