Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

OS PORTUGUESES E AFRICA

Jacarandas

Anda uma luta forte e feia dentro da minha alma.

Há uns anos uns milhões de Portugueses, emigraram para um país calmo, doce, farto maravilhoso , porque aqui em Portugal era o que se sabe, miséria, trabalho por um naco de pão seco , filhos descalços e roupa rota, casas de pedra no inverno geladas, escolaridade pouca ou nenhuma, uma luta pela sobrevivência.

Fizeram a sua vida com a mesma força com que a faziam em Portugal, mas viam nas mãos num mês o que ganhavam na terrinha num ano.

Mas não foi tudo um mar de rosas, sabe Deus ao que foram, o que tiveram que fazer para sobreviver em terras desconhecidas, com doenças que os deitavam por terra muitos desterrados no meio do mato onde só viam macacos e os pássaros cantar,

Foram anos de luta, enterraram toda uma vida naquelas terras, nasceram e criaram os filhos, e já velhos esquecidos da miséria que deixaram para vivirem felizes na terra que passou a ser a sua Pátria.

Anos depois viram gente a morrer numa guerra que poderia ser diferente, uma fuga obrigatória, novamente aos primórdios dos anos de suas vidas com a diferença que já muito do que deixaram ter desaparecido.

Chamaram-nos de RETORNADOS.

Muitos não eram nem nunca foram pois nasceram e sempre viveram lá sem cá nunca por os pés.

Em Africa, deixaram casas recheadas de tudo, quintais com árvores de fruto, empregos, investimentos etc que faziam daquele país a sua terra.

Fugiram” para onde pensavam refazer a sua vida, países vizinhos, pensando ser um outro futuro sem voltar as casas de pedra escura e fria e ao esforço de tirar da terra apenas o que dava para sobreviver.

Sim porque em Portugal também não havia nem há empregos e ganha-se uma miséria, sendo a saída como emigrante, e mais uma aventura.

Correram todos os países de Africa onde viveram muitos anos, mas mais tarde tiveram que sair ou digamos fugir dum governo facínora com um povo que apenas queria o que era dos brancos para depois nada fazerem com o que roubavam.

Mataram-se “farmeiro” a sangue frio, roubavam-nos do que novamente tiveram que construir ao ponto de ficarem sem nada e andarem nas ruas a pedir.

Invadem-se casas para roubarem, violarem e matar os donos.

Uma tristeza sem fim, até quando só Deus sabe.

Pior ainda é excepção à regra, aqueles que com o retorno no 25 de Abril por obra e graça de uma qualquer sorte, terem feito vida melhor que por aquelas terras e hoje se preciso for dar a mão a um desempregado conhecido das aventuras anteriores lhes fecharem as portas e até mesmo deixarem de os cumprimentar.

Que Portugueses somos nós, que pedimos para tudo e para todos, quando a nós mesmos numa fila eterna o IARN nos meteram 5.000$00 na mão e mandaram-nos à vida?

Hoje os “refugiados” que chegam á nossa terra, espera-os um apartamento mobilado e um determinado valor mensal para sobreviverem, até organizar a vida ou seja aprender a lingua e arranjar emprego, tem todas as mordomias e ao fim de uns dias, dão de “frosques” como é habito dizer.

Pois meus amigos ainda há muitos portugueses naqueles países de Africa que terão que vir com uma mão á frente outra atrás, porque repetiram o erro de tentar fazer vida por lá, e aí quero ver se, vindos de uma guerra, poderão chamar refugiados e ter as mesmas mordomias que tiveram os outros .

E olhem que há muitos e muitos no Zimbabué e na África do Sul que terão mesmo que sair ou encontrarão a morte numa paragem dum semáforo, num assalto ou até mesmo na rua.






Sem comentários: