Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

terça-feira, 30 de maio de 2017

MATA BORRAO

Quem disse que a tristeza não mata?

Mata sim, devagarzinho pé ante pé se instala de dia ou de noite .

De dia saí lampeira em forma de lágrimas muitas vezes contidas, engolidas pondo os olhos, talvez por castigo a olhar para uma rosa e apenas ver os espinhos quando na ponta uma linda flor emana o perfume e suas pétalas linda cor.

Á noite la esta ela instalada nos mais lugrubes pensamentos e nada combate este modo de estar.

Passam as horas como que desejando que a noite passe depressa e nasçam rapidamente os raios de sol.

É repete-se esta situação vezes sem conta, como que deixando de ser ela que está no seu corpo que não consegue controlar, mas outro alguém que a baralha o pensamento e se instalou em seu corpo.

Olha os outros como seres de outro mundo, apenas se sentem bem entre quatro paredes escondidos em si mesmo olhando pela janela de cortinas corridas aguardando nem ela sabe o quê.

E as horas vão passando, definhando dia a dia, se por um acaso encontra alguém representa escondida por detrás de um esgar parecendo um sorriso e fala pouco, pois a sua vontade é voltar ao seu canto do quarto.

Abre álbuns de fotos mas não os desfolheis, estaticamente fixa uma foto qualquer e corre-lhe as lágrimas sem ninguém saber o porque do olhar parado nessa foto, mas ao longo dos dias as fotos eram sempre diferentes, era de locais ou alguém do passado.

Encharca-se de medicamento que o medico receitou quando a muito custo alguém a leva á uma consulta, mas isso apenas lhe dá um sono que não passa dum torpor de dia e de noite.

E vai definhando, aos poucos vai deixando o seu canto no quarto para de deitar confundindo a noite com o dia, talvez pelos medicamentos que toma.

Até que um dia ouvem saindo de seu quarto uma musica baixinho que roda no seu vinil, e alegria da família, não a quer incomodar até que acabam as musicas e apenas ouvem o som da agulha que chegara ao fim.

Dirigem-se ao quarto saber o que se passava ou até virar o disco supostamente por ser do agrado dela.

Sobre o leito um corpo definhado ao longo do tempo estava inerte, vestida como se fora a uma festa e na mão apenas um papel despedindo-se, com as palavras “Vou tentar ser Feliz”

Essa tristeza que ninguém soube porquê, mas matou.




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