Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

domingo, 9 de dezembro de 2012

O 8 de Dezembro.

Estou triste, talvez por ser como sou, ligada aos bons tempos da minha juventude, dos tempos de menina e jovem, estudante de dois colégios religiosos, onde as pessoas que me rodearam passaram a fazer parte da minha vida para sempre.
Foram nestas instituições que fizeram de mim a pessoa que hoje sou, guardadora de recordações que jamais o tempo apagará.
Lembro-me de pormenores que muitos já esqueceram, mas o 8 de Dezembro esse dia, jamais o poderia esquecer.
lavores


Naquele tempo no colégio de S.Jose de Cluny andávamos numa azafama com a Irmã Doroteia a perna no faz e desfaz os pontos de bordado do enxoval do berço.
Sim, um belíssimo enxoval de bebe feitos nos mais delicados tecidos, com imensos pontos miudinhos e perfeitos, bordados com delicados desenhos de florzinhas, em linhas de seda, e bainhas abertas nos lenções delicados de cambraia.
A alcova, e mais o cestinho redondo de asa alta, feito pelos presos da cadeia, era lá onde que se ia comprar.
Depois forrado de folhos de tecidos aos quadradinhos terminados em  alva renda com espaço para nele passarem as fitinhas de cores que lhe davam um toque mimoso. A combinar o tal cestinho redondo que também forrado do mesmo tecido servia para os produtos de banho do bebé.
Tudo era exposto para que os visitantes pudessem apreciar a beleza que das nossas mãos saiam apesar da nossa pouca idade.
E era o dia da mãe, a missa pela manhã, as prendinhas e um dia diferente e maravilhoso.



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Nos anos que estive no Colégio da Imaculada Conceição em Vila Pery, também era dia de festa enchia-se a salão de entidades e pais das alunas, decorria sempre um teatro com a participação das alunas.
Hoje já não é o dia da mãe, já ninguém se lembra da Imaculada Conceição nem do que se passou nesse dia em anos passados, e com o andar dos tempos até deixará de ser feriado.
Perdeu-se parte do nosso passado, que pelos vistos já ninguém se lembra.

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