Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

sábado, 31 de agosto de 2013

AFRICA-E era assim!

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AFRICA- Acordo recomposta de uma noite agitada como foi o baile do Sporting, não me recordo a que propósito mas, foi animada como aliás sempre eram.

As 7 horas já o sol aquecia o que convidava á moleza e a um caminhar muito lento até a mesa do matabicho, onde me esperava um suculento bife com batatas fritas, ovo a cavalo, e meia papaia arranjada e açucarada.

Vagarosamente devorava tudo enquanto como olhar perdido na rua olhando nada e ninguém, deixando que o tempo passasse.

Tomo um duche rápido, e saio no Datsun que meu pai havia comprado havia pouco tempo  na Megaza.

Passo pela avenida, pela rua do Gouveia da Rocha, Farmácia Tete, desço á Cotur para a rua do Rego passando pelo Karamchand, Finanças, e viro á rua do Governo Civil.

Não se passa nada Tete parece que dorme talvez por ser domingo apenas alguns muanas sentados aqui e ali e poucos carros.

No café Zambeze uns quantos senhores tomam o café como sempre fazem diariamente.

Á Pendary Sousa e sigo a esquerda, ao fundo á porta do Sporting ainda com vestígios da noite anterior confettis e serpentinas, espelhados pelo chão.

Mais adiante já o movimento se nota á porta da igreja onde decorre a missa dominical.
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Não vou, não é meu hábito e o calor continua apertar, viro á “mãe de Agua” e paro junto ao jardim do rio.

As acácias e o relvado convidam a parar e apanhar o fresco.

Oiço na radio as musicas da época, Roberto Carlos, Nelson Ned etc. no rio pequenas embarcações de pescadores regressam a terra, pela ponte o movimento é normal.

As horas passam o calor aperta, ligo o carro e procuro refugio no ar condicionado de casa.
Vou seringando por ali até á hora do almoço.

Um belo pende grelhado acompanhado de uma fresca Coca-Cola, terminando numa qualquer sobremesa fresca completam a refeição.

A sesta após o almoço era sagrada pelo menos até a hora da matiné.

Já havia reservado os bilhetes pela manhã, com o Luis Ferreira que estava na bilheteira ao serviço antes do filme indiano que começara as 10h00.

Não importava o filme que seria, era um hábito arreigado o da matiné ao domingo dava para encontrar os amigos antes e depois da seção, bem ali ao lado no café Dominó.

E perdurava até ao último minuto do início do filme e á saída ficava-se pelas escadas “lavando as vistas” de tanta gente linda ou sentados na esplanada em frente a um prato de amendoins ou tremoços com uma bebida gelada, “partindo cascalho” como diria um bom amigo
.
Completava o dia o bem-estar e a boa disposição de todos, regressava-se a casa e jantava-se, findo este era nos bancos da frente do jardim que por ali ficávamos conversando até altas horas ou até que os mosquitos deixassem.

Deitávamo-nos cedo mas felizes, outro dia viria num “Ram Ram” que nunca cansou.



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