Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

domingo, 29 de outubro de 2017

FALAR DE CANCRO


Falar de Cancro.

Li no face book um texto certinho da Guidocha, uma amiga.

É isso mesmo, tudo que escreveste e espero que muita gente leia.

Não há coitadinhos, apenas doentes.

Infelizmente pela minha família tem surgido muitas destas situações, e realmente muitas vezes não sabemos o que dizer, apenas engolimos em seco a saliva que desapareceu, fica-se pálido enquanto procuramos bem no fundo de nós mesmo a coragem que não temos, mas temos que passar ao doente

Levar o caso de maneira normal, olhar de frente a pessoa e continuar a trata-la do mesmo modo. Ouvi-lo é importante o dialogo positivo com eles.

Não é um coitadinho, não é um ser com passaporte para a morte porque lhe apareceu esta doença.

É para mim uma pessoa que tem uma doença e terá que trata-la.

Ficar sem um peito porque lhe foi mutilado devido à doença, abrirem uma pessoa sei lá quantas vezes na tentativa de retirarem o “bicho” e nem sempre poderem.

Tratamentos infindáveis de quimo ou radio, que deixa a pessoa de rastos, cair-lhe o cabelo, olhar o espelho e não se conhecer, ele retorna-lhe uma imagem grotesca a que não estão habituadas, não é certamente a altura de a seu lado chorar e passar a ser o coitadinho.

Não!

Não é, mais vale ficar calado a seu lado dando-lhe a mão ou acariciando-o ao de leve, dizendo já passa vais ver, sempre com um sorriso ténue nos lábios.

Porque é a isto que eles se agarram, ao sorriso que vê na cara de quem o acompanha mesmo que depois saia de ao pé do doente e se desmanche em lágrimas.

Ir brincando cuidadosamente para lhe incutir esperança, conversar um pouco, tudo que possa fazê-lo esquecer por momentos o problema.

Bata-lhes as dores que vão passando.

A tudo isto resta a oração, porque não?

Conversar com Deus no silêncio de um templo, ele ouve-nos sempre.

Acho mesmo que é a única coisa certa e válida que nós podemos fazer por eles porque quimicamente, lá estarão outros competentes.

Muitos aos poucos vão-se curando, outros chegam a fase do sofrimento até que a morte os leve, é o tempo de lhes dar tudo com muito carinho , aquilo que a vida lhes irá tirar ,   .

Nunca mostrem pena de um doente com cancro. 

Nem com cancro nem com outra doença qualquer, eles precisam é de carinho e esperança.!









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