Sou
leitora viciada, compro todos os livros que os meus olhos se encantam
quando passo pelas estantes das livrarias.
Livrarias
sejam elas de que lugar forem. Por exemplo, há tempos vim carregada
de livros comprados em Maputo numa livraria do centro comercial
Polana.
Por incrivel que pareça do Brasil os livros chamados
Literatura de cordel, com historias magnificas de gente que por
alguma razão não publica livros à seria, e de uma livraria alguns
premiados também fizeram parte da minha bagagem.
Isto
para não falar nos imensos livros que tenho comprado em Portugal,
afinal são todos eles os meus companheiros da solidão que algumas
vezes em mim se instala, até porque muitas vezes entro nas historias
como se a ela pertencesse.
Pois
hoje vou falar de um livro cuja autora apesar de brasileira, sua obra está no
Museu da língua portuguesa em São Paulo, onde antes dela apenas
Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Gilberto Freyre e Machado de Assis
tiveram a sua obra exposta.
De
nome de batismo Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas, adotou
desde jovem o pseudónio de Cora Coralina, nascida em 1889, e com
apenas 3 anos de escolaridade aprendeu a magia das palavras.
Aos
14 anos publicou o seu primeiro conto. Num tempo em que as mulheres
apenas estavam destinadas ao casamento e aos filhos.
Natural
de Goiás, cedo se mudou para São Paulo para se casar, nunca
esquecendo a sua terra.
Ficou
viúva, e obrigada a trabalhar no duro para sutentar sua família sem
nunca esquecer a sua veia poética, regressa a Goiás 45 anos após a
sua ausência, continuando a trabalhar fazendo doces para ganhar a
vida e versos para alimentar o Espírito.
Aos
76 anos publicou seu primeiro livro.
Seus
versos doces e simples, traduzem a vida não só do povo de Goiás mas
de todos os brasileiros.
Pois
sabendo do meus "amor" pelos livros minha filha numa das
idas ao Brasil trouxe-o para eu ler.
Foi
talvez dos presentes mais lindos que me ofereceu, porque esta mulher
já de idade com um ar sereno e doce apresenta a sua obra poemas,
manuscritos e fotos reais dos locais onde viveu..
Na
sua biografia consta que foi difícil a escolha dos imensos poemas que
havia escrito á mão num simples caderno de linhas.
Há
neste livro alguns poemas de minha preferência, os que mais me
sensibilizou pela franqueza exponteinidade .
Um
livro que vale a pena ter em casa e ler as vezes necessárias, uma
companhia agradável.
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