Pois
é há dias despedimo-nos do ano 2016, para mim sem saudade, um ano para
esquecer.
Poderia
ser efetivamente um ano de alegria, como alias disse um dia, para
descansar, passear e namorar.
Namorar,
sim porque namora-se sempre apesar de casados há 47 anos.
Ai
como tenho saudades de encontrar amigos e soltar o riso seja porque
motivo seja, no entanto o destino quis que ficasse presa a uma
responsabilidade superior, tomar conta da minha mãe que este ano foi
sujeita a duas intervenções cirúrgicas.
Um
pé grande como o da imagem pisou-nos este ano, numa correria imensa
num espírito de resolução dos problemas que dia a dia iam
surgindo.
Mas
não, cheguei ao fim de 2016 pisada, cansada, apenas ao fim do dia os
beijos das netas, o carinho dos filhos e o cantinho onde me recolho
à noite nos braços de meu marido, me alenta.
Tudo
isto faz de nós fortes, sabermos engolir lágrimas com sorrisos
forçados, não dar a entender as crianças o que se esta a passar,
dar animo à doente e fingir muito mais por fora que o que nos vai
por dentro.
Chegou
2017 apenas nós três , pedindo mil desejos,com uma grande esperança
que este ano seja melhor, que se cure de todos os males da minha mãe, que proteja os nossos, que sejamos todos felizes e não tenhamos medo do imenso pé que nos
pode pisar o corpo e a alma novamente.
Mas
não deixarei que isso aconteça, vou continuar a lutar a fugir do
tal pé que nos quer esmagar e não conseguirá.
Ainda
com a esperança de passear de mão dada numa qualquer cidade como
tanta vez fizemos, nem que seja de bengala na mão.
Não
andamos tão depressa, pois andamos mais devagar até dá para nos
sentarmos num banco e apreciar as gentes e a cidade.
A
ver como se vai portar 2017, assim espero.!