Hoje dei comigo afogueada com as
temperaturas, ditas anormais para esta santa terrinha, ao que varias pessoa
comentavam “nem pareces nascida em Africa”.
Talvez já me não lembre se era difícil aguentar
aquele calor tórrido mas certamente bem mais suportável pela ajuda dos ares
condicionadas que se espalhavam por toda a casa.
Calor mesmo só durante a ida e vinda
para o trabalho, uns escaços 200 metros de quem naquela cidade residia.
E havia a sesta, como me lembro das
sestas dormidas ao fresquinho nas duas horas de almoço que tínhamos.
Meu pai, recordo que ficava pelo fresco
da sombra ou na varanda circundada de “gradilha” por onde parecia deixar passar
apenas o fresco e deixar que o calor ficasse na rua.
Para ajuda regava-se o chão com água que
após arrefecer o solo mantinha uma frescura agradável.
Este foi desde sempre a maneira mais
natural das gentes de Africa refrescarem quando ainda os ares condicionados
eram desconhecidos.
Sentado numa cadeira de lona, uma toalha
turca ou um pano, ao pescoço que dava para afastar as moscas e ao mesmo tempo o
suor.
Uma moringa de barro, com água fresca, coberta
com um pano molhado não fosse o calor amornar.
Assim dormitavam numa sesta maravilhosa
ao som dos barulhinhos de Africa.
Os fins-de-semana, esses sagrados onde ao
sábado e o domingo apenas era permitido gozar a calma, estar com a família,
passear pela fresquinha ou “lagartear”.
As horas não corriam, apenas passavam
numa lentidão fantástica que nos dava tempo para tudo sem criar o tal de “stress”,
que enche os bolsos a tantos médicos e farmacêuticos, numa procura da cura que
não existe.
A esta terra chamavam o inferno, apenas
porque a temperatura era alta, mas bela vida, onde tudo era paz, amizade e
gente feliz.