Os irmãos, apenas a minha mãe ainda cá está, os outros ja partiram
Pronto, mais uma foto encontrada na
minha caixinha de recordações.
Foi no casamento de um dos meus
primos, os tios estavam todos lá, ou seja faltavam dois por motivos
de força maior, mas mesmo assim de sete irmãos estavam cinco.
Como sempre fui eu que os reuni para
tirar a fotografia, disse que seria como recordação e é mesmo,
pois infelizmente já partiram cinco.
Estes eram todos irmãos, mas depois
tirei outra com os maridos.
E vou olhando a foto e vou recordando
as passagens da vida e dos dias que com eles passei.
Tenho pena pois acho que não deveria
haver a morte, apenas a ausência mas que de quando em vez pudéssemos
falar, dizer um olá como antes o fazíamos.
É importante a palavra “familia”,
porque nos corre nas veias o mesmo sangue, porque são todos filhos
dos mesmos pais, tem a mesma origem e foram criados juntos.
Pois vou continuar a recordar as vezes
que em pequena chegava a casa da minha tia Graça e logo me dirigia
ao frigorífico apenas por vicio ou sei lá se por curiosidade.
E lá vinha o raspanete. Quis o destino que acabasse morando aqui mesmo ao lado.
A chegada a Moatize da minha tia Rosa,
e muito lampeira fui com ela a machamba e mostrei-lhe o piri piri
dizendo que era cerejas de África. Claro fiquei a perder pois
esfregou-me na boca um que me deixou a bufar do picante.Mas era fixe como a juventude diz.
A minha tia Dina e os picnics que
fazíamos em sua casa no Moatize, ah mas com esta a quem chamo a
minha tia preferida ainda passamos muito tempo ao telefone, e como eu
gosto de lá ir a casa.
Juntavamos-nos muitas vezes aqui no
enorme espaço livre que tenho em casa, com o motivo de aniversários
ou qualquer outro motivo. Era uma festarola eles os filhos e netos, a
mesa farta que dava para o almoço , lanche e jantar.
Foram os meus 25 anos de casada, os 50 anos de casamento dos meus pais, aniversários etc.
Hoje tudo acabou, ficaram tão poucos
e tão longe que dá pena o quintal cheio de baloiços para os mais
pequenos mas vazio de gente de família. Faltam os risos as conversas
sobre o passado e o presente, olho os lugares á mesa e apenas a São
Vaz ocupa um.
Recordarei sempre esses tempos de
união e amizade, aos ausentes que descansem em paz pois jamais
serão esquecidos aos presentes, até um dia quando essa união voltar.
Um dia destes falarei das primas que tão longe estão, talvez um dia se juntem outra vez.
Ausência
física, ausência da voz e do cheiro, das risadas e do piscar de
olhos, saudade da amizade que ficará na lembrança e em algumas
fotos.