Regressei timidamente ao
meu Blog, não porque o tenha abandonado mas porque para tudo na vida há um tempo.
Esse tempo que dedicava a
escrever neste cantinho e que tanto gozo me dava foi ocupado por outras
obrigações familiares do dever e do amor.
Foram tempos conturbados,
um início de ano complicado que vi minha mãe na cama de um hospital sujeita a
uma mutilação devido a doença maldita que ninguém ainda encontrou a cura.
Jamais imaginara que
acontecesse aos 88 anos, uma pessoa idosa, forte apenas condicionada por um
coração que teima em marcar presença nos imensos comprimidos diários que toma.
Corajosa como poucas,
talvez causticada pelos tombos ao longo da vida, tenha adquirido a força incomensurável
para enfrentar todos os desafios que se lhe apresentam.
Quando começava a
recuperar, ainda enfrentando os inúmeros exames a que é sujeita, eis que um
outro desgosto lhe cai em cima.
A morte de um irmão muito
querido levado pela maldita doença que o minou até ao fim acabando seu
sofrimento com o descanso eterno.
Para mim um tio e
padrinho de baptismo, um homem bom, culto, compreensivo e muito teimoso mas que
o amava como um pai.
Minha mãe chorou a sua
morte com dignidade, aguentou o desgosto estoicamente e reza-lhe pela alma como
que dizendo até um dia.
Uma amálgama de
sentimentos, desafios que transtornaram a vida de todos.
Ninguém tem cabeça para
relaxar perder-se nas entrelinhas de um texto como tantos que aqui coloquei.
Mas vou ter que vir,
aprendo com minha mãe a coragem de viver dia a dia e resolver cada problema a
seu tempo, e porque me faz falta escrever, colocar no papel o que nos vai na
alma, num diálogo sem resposta mas que me consola os meus desabafos.
Estamos ainda a principio
do ano, temo o restante tempo que que ainda falta para terminar.