Nasceram ontem, ou foi há mais tempo, para mim o tempo não
passou pois ainda sinto aquela sensação maravilhosa de as receber pela primeira
vez em meus braços.
Tão pequeninas que eram, quase cabiam nas palmas das duas mãos
unidas, como se recebêssemos uma bênção divina.
E foram mesmo, as minhas meninas filhas do meu filho o privilégio
que Deus me deu de ser primeiro mãe e depois avó.
A sensação de adormecerem a meu colo junto ao peito numa troca
de calor aconchegante de paz e felicidade.
Encheram a nossa vida de alegria, voltei a fase das fraldas, do
primeiro dentinho, das historias para dormir, das primeiras letras e dos
mimos sem fim.
E cresceram, deixaram de caber nos meus braços, sobrando apenas
o colinho onde cabem todos até mesmo crescidos.
Aquele colinho que dou à minha filha quando me visita sentindo
aquele calor e cheirinho só dela, passando tempos na conversa, o mesmo onde
recebo as minhas netas quando chego a casa e lhes pergunto pelo dia de escola.
Este ano a Margarida entrou no infantário a escolinha que tanto
falava por não ter quando via a irmã sair do carro para o colégio.
Aquela pequenita de bibe e mochila na mão a caminhar com um ar
soberbo sentindo-se já crescida e dona da vida.
Não chorou, alias nenhuma das duas o fizeram, enfrentaram a nova
etapa da vida com coragem e sorriso, corajosas como eu não imaginava.
Fica a recordação do primeiro dia de aulas das minhas meninas.