Dia
da vizinha, quem haveria de se lembrar deste dia dos quais nunca
antes ouvira.
Vizinha,
sim já as tive porta com porta a quem de quando em vez pelo fim da
tarde nos sentávamos a fazer crochet ou aprender novo ponto de
malha.
Hoje
tenho e não tenho vizinhas, as casas estão vazias, pois assim não existe as tais porta a
porta, mas também ,algumas apesar de o serem, especialmente nos
prédios, chegam a não se ver ou então esquecem-se de cumprimentar.
Cada
um no seu casulo de porta fechada sem conversas sem mesmo se
conhecerem.
Felizmente
e ainda daquelas pessoas puras sem interesses ou vaidades vou tendo
vizinhas que para mim não o são pois vivem do outro lado da rua e
raro as vejo passar,mulheres do campo que passam para os seus
terrenos para amanha-los ou regar.
Regressam
carregadas de ervas que colhem para seus animais de casa, galinhas, coelhos, etc.
Acontece
que muitas são as vezes que ao regressarem dos seus afazeres no
campo me deixam pendurado nas grades do portão uma alface, feijão
ou repolho conforme o legume da época.
Apenas
os deixam num saco de plástico do qual dou conta porque o meu Ruca
(cão de casa) ladra ao menor movimento de rua.
Não
são minhas vizinhas pois moram um pouco afastadas de mim mas assim
não sendo poderei chamar-lhes com muito gosto “amigas”.
É
um bairro onde não há discussões nem mal dizer, quando nos
encontramos há tanto que falar sobre as hortas o tempo que não
chove, etc.
Ou
então são demasiado importantes de fino porte vivendo em castelos
rodeados de aias sem nunca ouvirem falar de quem vive em redor deles.
A
quem as tem Feliz Dia da Vizinha, e se for boa estime-a pois são
como parte da sua família que nas aflições basta um knoc knoc na
porta ao lado.