UMA
ARANHA
A perfeição
com que se desenha uma aranha aos 4 anos.
Margarida
tem quatro aninhos, acabados de fazer há dois meses, de sorriso sempre no rosto
não pára.
Ela
dança, salta e corre como se o mundo fosse só seu, até o cansaço a fazer
sentar-se na sua mesa baixinha que herdara já da irmã, mas onde se sentiram
sempre bem no mundo dos livros, papeis e lápis de cor.
Só
uma coisa a faz parar, quando vê um bicho. Corre para a avó e pergunta se ele
morde.
Não
os mata nem lhes faz mal apenas se afasta respeitando a vida daqueles seres minúsculos
que povoam o jardim e o quintal.
Apenas
corre atras das moscas de mata mosca em punho sem nunca lhes acertar mas faz
parte do que vê os mais velhos fazer.
Um
dia destes mostrei-lhe uma teia de aranha, explicando o grande sacrifício que
fazem para as elaborar num geométrico invejável.
Perguntou
apenas se a chuva não as iria molhar.
Ontem
ao chegar a casa dei com ela muito atarefada a desenhar.
Com
imensa perfeição desenhou uma aranha, aquela que tinha a teia junto a roseira,
bem como uma lagarta de muitas pernas que anda nas couves da horta.
Com
apenas quatro anos Margarida vai desenhando sem dificuldade, a aranha e a
lagarta já estão identificadas.