E
mais um ano está prestes acabar, não que fosse o pior mas uma ano cheio de muitas
lutas para conseguir chegar a bom porto.
A
vida não é como queremos mas como podemos, e para isso já estamos “catedráticos”
em perder e lutar contra tudo para repor as esperanças muitas vezes já
escassas.
É
que perder algo por que lutamos trabalhando arduamente durante anos, em jovem é
uma coisa com a nossa idade é outra.
Já
as forças vão sendo poucas, e as maleitas vão aparecendo mesmo quando pensamos
que “nós” nada nos chega.
Para
quem veio do outro lado do atlântico há muitos anos ainda jovem, e começou tudo
de novo partindo de um ponto tão básico e difícil construindo uma nova vida com
o intuito de repor o que havia perdido, já a coisa não foi fácil.
Foi
necessário um grande esforço e um apertar de cinto, aprender a viver sem muita
coisa a que vinha habituado, a contar as moedas, a reprogramar toda uma
economia dentro de nova possibilidade.
Nem
vou aqui recordar esses tempos difíceis, apesar de ainda ir rebuscar algumas
dicas de quando em vez quando perdemos involuntariamente aquilo que tínhamos e
outros nos bloquearam.
São
outros tempos que a idade já não é a mesma e as tais maleitas disso mesmo nos vão
recordando.
Antes,
pegávamos numa força interior que nem sei de onde possa ter vindo e partíamos para
novas conquistas que nos faziam esquecer o perdido e conseguíamos.
Hoje
sentados lado a lado vamos tristemente falando de tudo que passamos, perdemos e
ganhamos nesta luta constante, mas já sem muitas forças para tudo repor.
Por
tudo isto ainda vou tendo a esperança de um dia me deixarem ter a vida calma pela
qual lutei, e a reforma decente para a qual toda a vida descontei.
É
isto que espero do novo ano que vai entrar, que me deixe gozar com saúde e paz e que possa ver meus filhos felizes e meus
netos crescer.
A imagem acima, foi de um tempo muito feliz com meus filhos ainda pequenitos tirada num país já desaparecido.