Tem
andado pelo Facebook um diz que não diz sobre a cor da minha 2ª
casa durante anos a fio ou seja desde que entrei para aprender as
primeiras letras até me casar.
Ora
esta menina tetense de gema, guardando todas as saudades da terra que
me viu nascer, ao fim de 30 anos fui ´á minha terra matar saudades.
Quase
beijei o chão que pisei á chegada, enchi o pulmões daquele ar
quente e agradável com o cheiro dos capins, e os cheiros da minha
gente.
Visitei
a minha terra aproveitando para mostrar os cantos e recantos da minha
infância, á minha filha que me acompanhou,e com a simpatia da minha
querida amiga Amina Bega.
"Fuchiquei" tudo da cidade velha que considerarei sempre minha.
Ora
o que está em causa e tendo sido das coisas que visitei primeiro
pelas razões já expostas, e porque meu marido durante 4 anos também ali deu aulas quis correr os cantos todos á casa com uma alegria
como se tivesse voltado o tempo atrás e voltasse ao meu tempo de
menina-.
Parei
em frente ao edifício como que querendo gravar aquela imagem para
todo sempre, subi as escadarias ainda vermelhas entrei no edifício
e na entrada tudo na mesma, a secretaria onde sempre foi, entrei pedi
autorização para visitar o colégio pois havia sido ali aluna, o
que simpaticamente me foi autorizado.
Dei
volta às salas de aula que naõ estavam a ser utilizadas e parando à
porta recordei o “bom comportamento” que naquele tempo tinha,
bem como os professores.
Estava
tudo igualo até a sala dos professores que dava para uma varanda da
frente.
Desci
a escadaria e encontro uns alunos que observavam os horários
colocados na parede e solicito licença para com eles tirar uma foto
ao que acederam prontamente. Uma simpatia de jovem estudantes.
Agradeci
e dei a volta pela direita e fui recordar a parte velha do colégio.
O
átrio ainda com a circunferência em cimento a meio onde
aprentavamos algum tipo de teatrinho ou dançavam em dias de festa ao
som do transístor.
Ali
senti-me triste, estava muita coisa degradada mas fechei os olhos de
quando em vez e imaginei o tempo passado e liguei ao que via.
As
salas de aula dos mais pequenos, a sala de piano onde tantas vezes a
Irmã Maria João me ensinava piano, o gabinete da madre superiora,
Madre Margarida e por fim Madre Paula.
Rodando
um pouco a sala de jantar, uma porta que dava para a residência das
freiras, a capela tantas vezes lá fui pedir que ajuda para os testes
para os quais não tinha estudado e querias tirar boa nota. Coisas de
estudantes
calões
como eu era.
Quis
visitar os dormitórios cuja varanda os rodeava com uma inigualável
vista para o rio.
Estava
interdito porque não era seguro por estar a madeira deteriorada, mas
sentei-me nas escadas recordando as vezes que ali escorreguei e abri
o lábio inferior.
Estava
feliz dentro daquela bolha do tempo onde passei de menina a mulher e
tinha o privilégio de mostrar à minha filha relatando
minuciosamente o que havia passado e feito naquele espaço que sentia
só meu.
Vim
para fora, desci as escadarias que davam para o recreio, um campo de
basquet.
Quase estive tentada a ir ver se ao fundo ainda estava a
rede de arame onde fizemos um buraco para os namoricos ou
“pisgarmo-nos” da guarda das alunas.
Enfim
foi um retroceder de anos felizes,.
Mais
felizes pois nem as cores haviam sido alteradas, beije todo o
edifício por fora com uma colunas forradas a “lambril” vermelho.
Por dentro restava pouco de cor esbranquiçada de outrora.
Passaram
anos, o velho colégio passou a universidade, todo restaurado lindo
como sempre foi nas minhas lembranças.
Passaram
anos, o velho colégio passou a universidade, foi todo restaurado lindo
como sempre foi nas minhas lembranças.