Hoje, e só
hoje porque a minha tendinite assim me obriga venho falar um pouco dessas
minhas férias curtas este ano.
Andei pouco
por aí pelo motivo atrás falado mas dei uma escapada à capital dos “Nuestros Hermanos" que afinal tão perto, apenas a tinha visitado numa curta
passagem em serviço.
Deste modo
consegui visitar o museu do Prado que leva bastante tempo apreciar as
maravilhas que guarda, bem como outros
monumentos.
As avenidas
pejadas de turistas de todas as nacionalidades as noites quentes nas esplanadas
etc. cativam bem quem a visitam.
De preços não
falarei pois achei tudo caríssimo.
Por onde passávamos
e questionando a nossa proveniência, confundiam-nos com franceses ou Italianos
e eramos delicadamente atendidos, no entanto se disséssemos que somos portugueses, olhados de lado.
Ao que me
consta não o fazemos quando eles nos vistam esforçando-nos ao máximo no nosso “portinhol”
para afavelmente os recebemos, mas enfim.( Subserviência portuguesa?)
Portugal não é
conhecido nos hotéis, as recepcionistas falam desde o mandarim à mais remota língua
no entanto português nem se esforçam.
Os canais televisivos aparecem todos,
incluso” Aljazeera “ mas falado em Portugues, apenas os Brasileiros.
Pelos poucos
dias que por ali estaria borrifei-me para isto pois era uma modo de descansar
não tendo conhecimento das balburdias que se passavam neste cantinho “minúsculo
e desconhecido” a beira-mar plantado.
Ao fim do dia
descansava pela sala do hotel onde poderia ir a internet, ler ou conversar,
fora das quatro paredes do quarto.
Distraidamente
olho para uma estante dessa mesma sala onde se encontravam livros á disposição
dos hóspedes enquanto da sua estada, e por curiosidade passei os olhos pela
lombada dos mesmos.
Inúmeros livros
de diversos escritores estrangeiros mais ou menos conhecidos, e com todo o meu
cepticismo procurei a nossa possível representação no meio de tanta obra.
Sorri,
imagine-se que o único livro que orgulhosamente ali estava marcando a língua portuguesa,
não era de uma obra de renome, mas penso que o segundo livro de uma recém escritora “ISABEL VALADÃO”-
em LOANDA.
No
meio de um mundo literário internacional, uma única obra portuguesa de uma conterrânea nossa, de Portugal e África impondo a presença portuguesa.
Tristemente questiono
a projecção que temos nos outros países, que faz o nosso Governo para que
imponhamos a nossa presença pelo mundo?
É que já não é
a primeira vez que somos confundidos com a nacionalidade de qualquer mas portugueses nunca.
Tenho pena que
este povo que andou por mares nunca antes navegado, que possuiu um império por
esse mundo fora é desconhecido apenas cobiçado para um dia destes sermos
anexados a Espanha e deixarmos de ser ignorados.
Obrigada Isabel Valadão e que todos aqueles que um dia possam ter as suas obras espalhadas fora de Portugal.