Margarida
a neta mais pequenina, esta a ser criada lá em casa como alias a mais velha o
foi quando da mesma idade, aos cuidados da minha mãe, senhora de 87 na posse
total de todas as faculdades.
Conversam
o dia todo num diálogo constante dentro de um ambiente de ternura incomensurável.
Com
ela de mão dada Margarida vai caminhando e aprendendo facilmente o mundo que a
rodeia, conhece todos os bichos e animais quer os que rodeia lá por casa ou os
que vai vendo da Televisão.
Os
livrinhos de criança que já vieram da mais velha, são manuseados intensamente
pelas duas, entre histórias inventadas pela minha mãe e imagens dos mesmo, Margarida já tem um conhecimento grande de tudo.
Há
refeição, que ninguém incomode pois é o momento importante onde entre uma
garfada e outra as histórias fluem dentro de um espaço só delas.
Diria
que são inseparáveis, apesar de ao fim do dia se despedir com dois repenicados
beijinhos num até amanhã, quando regressa aos braços da mãe.
Surpreende-nos
muitas vezes com frases e palavras que não estamos a espera ouvir de uma
criança de tenra idade.
Numa
tarde em que os termómetros marcavam uma temperatura baixa,, Margarida a menina
de quase três anos troca de roupa ,no quarto para sair com o avô.
Aquecedor
ligado, bufando um ar quentinho na fria tarde de Janeiro, irrequieta quer mexer
nos botões e não deixo acabando por a repreender dizendo:-
Margarida,
aí não se mexe!
-
Porquê pergunta a pequena ( está na fase do porquê para tudo)
Porque
só as pessoas crescidas o podem fazer.
-
Quem são as crescidas?
O
avô, a avó Augusta, o papá….
Não
o avô e o papá são grandes a avó Augusta não é grande, é velhinha!
Fartei-me
de rir com o raciocínio dela, porque a minha mãe está um grau acima de todos
nós, o “crescidos”.