Temos guardado entre tantas coisas que marcaram a nossa vida pelas terras de África, a lista telefónica da cidade de Tete, que consultamos religiosamente quando queremos recordar o nome completo de alguém ou a morada.
Funciona como que um CD de consulta, gravado com realidades passadas pronto a ser utilizado quando necessitamos de acordar aquela lembrança que se esconde no fundo da nossa mente.
Conversamos bastas vezes sobre as nossas gentes com quem privamos ao longo de tantos anos e nos deixou marcas positivas num passado inesquecível, e sobre esta imagem ocorre-nos de imediato o funcionamento da central telefónica do antigamente.
Digo-vos que é com um sorriso feliz que escrevo estas palavras, pois penso que em lugar algum do mundo se passava assim:
Ao levantar o auscultador para fazer um simples telefonema, do outro lado uma voz “sui generis” perguntava:
Pode dizer o número?
Pacientemente após informarmos o solicitado, a D.Arminda lá colocava a cavilha e fazia a ligação.
Num repente:
Esta em comunicação!
E desligava. …
Quando passaram a central “automática” que discávamos nós mesmos os quatro algarismos quebrou-se o encanto da voz humana que nos atendia antes de falarmos com quem pretendíamos.
O nosso telefone de casa era:
Fernando Gomes Teixeira 2880
( como gostaria que muitos dos que estão a ler estas palavras pudessem relembrar historias como estas e as colocassem, preto no branco..)