Esta
foto não é minha, foi retirada do facebook.
A
foto do rio Revugué, sei que é actual, mas na minha caixinha de
memorias lembro-me de como foi quase há meio século, quantas vezes
lá passei a caminho do Zobué e do Moatize.
Neste
rio tantas vezes brincamos nas suas areias brancas quando ele corria
manso. Era a nossa praia, eu minha irmã e irmãos Pinheiro, com uma
idade de cerca de sete anos, corríamos, fazíamos buracos na areia etc.
Recordo
que numa das vezes a brincadeira era esconder uma garrafa grande de
Fanta para ver quem a encontrava.
Calhou-me
a mim, e claro que longe deles enterrei na areia sem deixar sinal
algum do local.
Corri
para eles para que fossem descobrir onde estava a mesma, só que
cansados de o fazer deram-se por vencidos, e eu eufórica pois tinha
ganho o jogo corro para o dito local onde pensava que a havia
deixado. Até hoje lá ficou a garrafa, nem eu nem ninguém a
encontrou.
Para
estas tardes de brincadeira os pais levavam sempre o lanche que
devorávamos ao fim da tarde.
Sandes, bolinhos, pasteis da D.Alba ou
seja apesar de cada um levar o seu lanche, era sobre uma toalha
estendida no chão que se juntavam a petisqueira e todos comiam.
Nessa vez bebemos agua fresquinha que andava sempre no carro
Eram
tardes bem passadas.
Quando
chovia, o rio enchia, quase cortava a travessia aos carros e ás
gente, mas havia uma ponte de madeira chamávamos um "Derifet"
que ligava as duas margens.
Agua
muitas vezes passava por cima dele mesmo assim os carros
aventuravam-se atravessa-la muito devagar não fosse o carro parar a
meio "afogado" de agua que entrava no carburador.
Era uma
aventura estas travessias, carros em fila de um lado e de outro do
rio a espera que o rio baixassem mas meu pai conhecedor daquelas
Africas, afoitava-se atravessa-lo.
Era
um Volvo grande e forte e devagar lá ia ele ufano da coragem que
estava a ter, á frente encolhida minha mãe, á janela eu e a minha
irmã, cada uma em sua, lançando gritinhos e risotas de prazer sem
consciência alguma que poderíamos resvalar ou falhar as tábuas da
ponte que com a agua que lhes corria em cima quase se não viam.
Logo
a seguir uma curva apertada na estrada junto a um "mecurro"
onde milhares de pássaros faziam o ninho, perigoso para quem conduzia,
e chegando a este ponto por precaução abrandavam a velocidade.
Nós
crianças perguntávamos o porquê, ao que nos respondiam:
-Aqui
neste buraco que não se vê o fundo é o´céu dos pardais onde eles
tem os filhos e vivem só eles. Realmente a vegetação quase não
se via de tantos ninhos estarem neles espalhados. Era um chilrear
maravilhoso da natureza.
Infelizmente
ainda não descobri no meu Baú de recordações essas fotos mas um
dia vou te-las pois ainda estão em filme super 8.
Grande
África, grandes amigos que ficaram cenas tão lindas na memoria de
quem hoje vos conta.