Uma
mesa, quatro cadeiras na esquina do varandim de um café,numa
cidade longínqua onde o dia era quente e a noite fresca.
As
tardes calmas, o sossego da rua as gentes que de quando em vez passava, ora de
carro no “ passeio dos triste” ora a pé caminhando vagarosamente como
arrastando as horas do dia.
De
Coca-Cola na mão perdia-se de olhar ausente pelo passeio da rua onde as acácias
a enfeitavam com suas cores, na expectativa da chegada de alguém que talvez
chegasse, ou não.
No
copo meio vazio já o gelo se derretera, a bebida ainda fresca que levada aos lábios
num bebericar como que beijando-a apenas.
Sentia
o fresco nos lábios e na boca, de seguida pousava-o na mesa devagar porque o
tempo não passava, se arrastava aos fins de tarde
.
O
sol já perdera a força escondendo-se por de trás das margens do rio como se
mergulhasse nas águas cristalinas e frescas ao fim do dia.
Como
formigas iam desfilando miúdos e sícanas de vestidos de chita curtos e decotados,
de corres vivas berrantes, sandálias nos pés nus e missangas enfeitando os
pulsos.
Lançavam
risos acompanhados de conversas triviais, com saltinhos e brincadeiras em direcção
ao jardim a beira do rio
A noite
caía, iam chegando gentes que ocupavam outras mesas gozando o fresco do fim da
tarde, e convivendo como era usual.
Ele
ali continuava, naquela mesa do canto já com alguns copos vazios numa espera
infinita, até que desiste.
Desiste
da espera ou do fresco da noite, não sei, eis senão que desce as escadas e
caminha para o fim da rua cabisbaixo.
Talvez
alguém desistisse da sua companhia ou apenas adiasse para mais tarde no escurinho
do cinema mesmo ali ao lado.