Ler,
quando a solidão nos envolve, entrar num mundo escrito por outros
mas que nos faz feliz ou pelo menos sentirmo-nos menos sós.
Talvez
porque seja do tempo em que não havia televisão, vivia num país
tropical onde a sesta se cumpria devido ao calor, e a noite varava de
laterna por debaixo dos lençois para adiantar uns capítulos enquanto
o sono não chegava.
Desde sempre preferi que me oferecessem livros a outra qualquer coisa, lia
tudo romances, policiais e quando mais crescida os nossos tão
afamados escritores portugueses.
Tristemente quando fui estudar para Vila Pery meu pai que era brasileiro de nascença e sabendo do gosto que tinha à leitura. deu-me um livro sobre "Pedro Alvares Cabral" que logo a chegada as freiras fizeram o favor de mo confiscar, ainda hoje não sei porquê.
Com muita pena nunca mais o vi, nem quando deixei o colégio e regressei a Tete.
Recordo no entanto que colegas se amofinavam por ter que ler os livros dos programas escolares , eu apenas me "assustei" quando vi
a espessura e a dificuldade de entender Lusíadas enquanto mais linear
já não aconteceu com os Maias.
Sinceramente
não dava jeito algum a leitura, sem ser com ele em cima de uma mesa,
bolas que a espessura era o que se sabe e nem dava para deitadinha
adiantar na hora da sesta.
Mas
li todos escritores portugueses, diga-se de passagem que também tive
um professor Sr.Maia que nos encentivava à leitura portuguesa nos
tempos em que vivi no estranjeiro.
Há
dias encontrei uma foto tirada no meu quintal em Moçambique,
refastelada com os pés numa cadeira e sentada em outra ao fresco e de
livro na mão.
Talvez
seja um vicio mas as senhoras da Bertrand ja me conhecem e ao ver-me
passar logo me é apresentada as ultimas novidades, e assim dei com
alguns (muitos) na minha estante a espera de lhe deitar a mão e
entrar no seu mundo.
Hoje
encontrei outra foto sentada ao sol do Bilene após um banho gostosos,
acompanhada de MIA COUTO.
Os
meus companheiros esses que colocam no papel historias maravilhosas,
que nos faz esquecer o mau da vida enquanto sonhamos um pouco.
Dessa
viagem a Moçambique, na papelaria do centro comercial Polana,
perdi-me com mais alguns livros de escritores moçambicanos que é
uma pena não chegar as nossas livrarias de Portugal, mas depois la tive problemas com o peso que levava .
Leiam
meus amigos, limpa a cabeça e a alma.