O MUFA
Homem baixo encorpado simples no seu fato de caqui e capacete colonial, sempre de sorriso na cara.
Foi ensinar aquele povo a arte de carpintaria durante algum tempo.
Anos depois foi para Tete trabalhar, já reunido com a família que viera da Metrópole, para complementar o seu pé de meia tinha uma machamba * "No Mufa" para onde se deslocava semanalmente ao sábado e regressava ao domingo
.
Homem trabalhador, foi criando o seu mundo de posses de manadas de gado, e uma machamba onde colhia todos os frescos e fruta que abastecia o comercio em Tete.
Amou aquela terra onde já conhecia todos e tinha bastantes amigos, fosse nas cantinas das estradas para o Mufa onde havia sempre à espera a fresquinha cerveja enquanto conversava com os donos , fosse nas gentes locais que sempre prontos o ajudavam atravessar a velha ponte de madeira quando a chuva enchia o rio "chimadzi".
A velha carrinha Ford nunca o deixou apeado, dizia-se mesmo que ela já sabia ir e vir ter a casa sozinha tal os anos que a possuia e fazia aqueles caminhos.
A velha carrinha Ford nunca o deixou apeado, dizia-se mesmo que ela já sabia ir e vir ter a casa sozinha tal os anos que a possuia e fazia aqueles caminhos.
A Machamba* era junto ao rio, onde um motor puxava a agua para a rega das culturas.
Também naquele imenso areal se passava bom tempos em banhos "a medo" dos jacarés ou estendido ao sol mais que não fosse para "curar" alguma coisa .
Também naquele imenso areal se passava bom tempos em banhos "a medo" dos jacarés ou estendido ao sol mais que não fosse para "curar" alguma coisa .
Fosse pelos amigalhaços que apareciam chamados pelo cheiro do bom petisco fosse pelo passeio,era raro o domingo que aquela estrada da entrada não estivesse cheia de carros.
As caçadas que fazia noite fora ,às feras que lhe atacavam o gado pela calada, ou jacarés que muitas vezes faziam vitimas humanas, eram famosas.
Depois, havia que exibi las em fotografias que mais tarde recordava, como é agora o caso.
Claro no meio de tudo isto lá aparecia uma “goma” ou uma “gazela” que alimentava quem o rodeava, e ainda dava para levar para casa onde belos bifes eram confeccionados, ou o petisco nesse dia era esse mesmo.
Pic nic em Boroma
Uma vida trabalhosa mas gostosa, dava-lhe prazer aqueles fins de semana quando regressava a casa com a velha carrinha Ford onde o tabuleiro com as alfaces vinha colocado no tejadilho da mesma e na carroceria os restantes tabuleiros com os outros frescos e fruta colhida naquele seu canto de fim de semana.
Dos meus amigos de Tete sabem bem mais de historias que eu, caso me ajudem a descreve-las neste meu blog colocarei para completar a historia de um homem que foi amigo de todos.
Que descanse em Paz da vida turbulenta que levou mas que é agradavel recordar.
Que descanse em Paz da vida turbulenta que levou mas que é agradavel recordar.
(machamba -horta)
(guínhasse) - empurrasse