É uma menina, linda prendada, trabalhadora, bonita, de longos
cabelos dourados que lhe caía resplandecentes pelas costas.
Era
os olhos de sua mãe, que de tanto lhe querer guardava como uma joia.
Encantava-me
quando enrolava seus braços no pescoço e lhe dava beijos doces e
amorosos.
E
foi crescendo, quase deixando de ser mãe e filha para ser mãe,
filha, e confidente.
Encantava-a
fazer-lhe os vestidos que usava, com folhos e rendas, sapatinhos a
dar com eles de peuguinhas brancas até que com a idade o deixou de
fazer.
O irmão protegia de tudo, alias como ainda hoje o faz. Nesta foto ambos tem um pintainho entre mãos, adoravam os animais.
O irmão protegia de tudo, alias como ainda hoje o faz. Nesta foto ambos tem um pintainho entre mãos, adoravam os animais.
Quando
ia para a escola a mãe punha-se à varanda vê-la caminhar de
mochila as costas, e laçarotes no cabelo,.
Como
o tempo passa num ápice entra no liceu, já a não via da varanda
mas sabia que Deus a guardava nestes caminhos onde, há altura tantos
perigos rodeavam os jovens, e infelizmente continua.
Quando
já tantas colegas compravam roupa pelas lojas, a mãe continuava a
fazer-lhe os seus vestidos que eram únicos e lindos, o que não quer
dizer que de vez enquanto não se perdia com uma ou outra que
gostasse, mas que sempre tinha que levar uns pontos aqui outros acolá
para ficar como gostava.
E
o tempo passa a princesa acaba o liceu e vem o baile de finalistas.
Voltas
e voltas pelas lojas onde os vestidos de finalistas eram poucos e os
que havia eram caríssimos.
Mais
um vez foi das mãos de sua mãe que saiu tal vestido que iria
brilhar na sua noite de despedida do liceu para a universidade.
Ao
irmão mais velho que andava bem mais adiantado na universidade,
comprou-se uma motoreta que lhe facilitava a deslocação conforme os
horários.
Passou
depois a ir de boleia com ele, e com os dois por essas estradas fora
o coração ficava do tamanho de uma ervilha.
Quis
Deus, talvez para a mãe aprender que os filhos também sabem voar
sozinhos, ir estudar para o estrangeiro.
Levou
muito tempo habituar-se a esta separação, mas confiei-a a Deus, o
que não invalidou as diversas viagens que fazia para a ver.
Tornou-se
uma lutadora, foi trabalhar para longe de casa onde aprendeu a ser
completamente independente.
Continua
no entanto a ser a menina de sua mãe que trocamos opiniões,
conselhos, novidades em outras coisas que a possam ter magoado ou
corrido menos bem. Por esse motivo acho o Telemóvel a maior invenção
do século.
Saudades de todos nós especialmente da avó.
Saudades de todos nós especialmente da avó.
E
vai voar novamente, deixo de ter a minha, confidente, que
passávamos horas ao Telemóvel, as gargalhadas, ou contando menos os segredos que só sabiam as estrelas.
Felicidades minha filha!