E eu que penso assim!
Mas passam os anos e vejo que tudo se afasta, todos se isolam e
amizade por muito que se tente manter vai definhando
Talvez pela tão grande mudança de vida, preocupações com o
futuro, nosso e dos filhos, a falta de emprego tudo numa conjectura moderna que
acaba por fazer de nós bichos isolados de tudo e todos.
Ah, como me lembro dos tempos em que nos juntávamos ao fim da
tarde num qualquer café da esquina ou até mesmo á beira do rio aquando da
voltinha dos tristes se parava o carro ao lado de outro e de braço de fora
gesticulando como era uso naquelas terras, se ia deitando conversa fora, se
falava de tudo e de nada, onde rir era o melhor da vida.
Aos domingos havia sempre as tardes ao fresco no jardim de alguém,
incluído o lanche, e ali ficávamos na conversa enquanto os miúdos brincavam
alegremente, até que ao cair da tarde regressávamos a casa.
Recordo quando fui viver para a Rhodesia, para onde foram
algumas família de Tete também, éramos poucos e por vezes o isolamento poderia
instalar-se, mas não acontecia porque esses mesmos amigos juntavam todos,
levando cada um o seu próprio almoço que junto na mesa todos se serviam e ali ficávamos
a tarde toda.
São amizades de uma vida, que nem o passar dos anos se esquecem.
Como sinto falta do convívio e dos abraços amigos, do rir por
tudo e por nada como desafiando a vida, infelizmente olho o espelho e vejo apenas rugas de
tristeza e solidão.
Agora mesmo vivendo na mesma cidade, cada um se isola e passam
meses sem que nos encontremos.
É pena porque o homem é
um ser sociável por natureza.
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