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Há uns
anos os meninos sonhavam sair da terra, estudar nas capitais e serem doutores.
Andavam pelos
campos com os pais, agarrados á enxada sujos de terra pois a isso eram obrigados, pela quantidade de terras que possuiam e porque eram o meio de subsitência familiar
Depois veio
a caixinha mágica que os faziam sonhar mais alto, partir da terra, servir um qualquer
patrão ou como jogador da bola, o importante era sair das “berças” e ter outro
modo de vida.
Sonhavam passear
ao domingo pelas ruas da cidade, vestidos com roupa
lavada e cabelo puxado pela brilhantina, mostrarem-se as meninas lindas
Trabalhar
num qualquer patrão que lhes pagasse certinho ao fim de semana ou do mês, mas
ter a nota na algibeira coisa que nunca havia tido.
Outros
tirando um curso que seria o orgulho dos pais que cortavam a tudo para os fazer
doutores.
A ajuda á decisão chegou, com a entrada na CEE que mandaram que muitos arrancassem as vinhas, e
pomares que deixassem a terra a troco de dinheiro.
Parou
tudo mesmo a agricultura de subsistência e os campos morreram, e mais rápido saíram da aldeia.
Lá
partiram, uns para a “estranja” outros para as capitais.
Com os anos
passa haver mais doutores que aqueles que percebem duma boa lavra no campo
cuidar duma sementeira ou outro qualquer trabalho do campo, e este foram
desaparecendo até virarem mato de giestas e pinheiros.
Os mais
velhos por ali se esforçam para tirar o sustento do dia-a-dia mas já lhes falta
as forças para cultivar tudo que possuem.
O
interior foi desertificando e onde se viam grandes campos de cultivo, passou a
paisagem de enormes eucaliptais ou matas de pinheiros, abandonados pela falta
de mão-de-obra para os limpar.
E vem o
fogo que tudo leva, acabando por deixar mais pobres os que teimaram em ficar
na terra.
Os anos
passaram e chega o desemprego aperta para todos, e muitos regressam as origens.
A começar do zero, voltam ás terras dos antepassados e iniciam uma nova vida a
que chamam ”novos projecto”, e até lá vai a televisão fazer reportagens, onde
se dizem felizes com grandes expectativas futuras.
O que
antigamente lutaram para ser doutores na cidade agora lutam para voltar aos
campos e serem agricultores na terra.
E é de lá
que conseguem levantar cabeça e ter qualidade de vida, campo para os filhos
correrem, e paz de espirito.
Hoje é
ver as famílias e não só que se instalam por este interior fazendo-se á vida e
com pouca vontade de regressar á cidade.
Outros que emigraram, chegam cheios de brios, armar em ricos mas pensando em voltar rapido logo paguem a casita que construiram na aldeia, e partem sempre de lagrima caindo das saudades do seu canto.
São
ciclos de vidas que envolve muitos sentimentos de tristeza, frustração, e alegria.
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