Natal, há pois
é, mais um ano que vai passar, montes de gente carregada de sacos,
luzes pelas ruas parecendo a noite , dia um rodopio que só visto.
Crianças que berram
fora e dentro das cadeirinhas de bebé, umas por birra outras
ensonadas.
Parece não terem
casa, á semana é a escola, depois os ATLs quando chega o sábado e
domingo que querem ficar no seu quarto descansando gozando os
brinquedos que lhes foram dados no Natal anterior, não podem porque
se mantém o corre corre, o despacha-te senão não termos tempo.
Tempo para quê,
para se enfiarem num centro comercial qualquer remexendo tudo
comprando desalmadamente, o verdinho do cartão de credito
aguenta-se, depois logo se vê.
Almoço, que almoço
“toma lá dinheiro e vai aos hambúrguer !
E a azafama
continua, é para o primo e para a prima, para os avós, amigos
colegas etc etc. bugigangas de todo o feitio daquelas que se
recebem e põem-se a um canto lá de casa sem qualquer utilidade.
E a ceia de Natal,
bolos e mais bolos os salgados as sobremesas, bolas que não se tem
tempo para fazer tudo, vai-se ali ao lado a pastelaria, e caro mas lá
tem que ser.
E anda tudo numa
fona entre prendas, arvores de Natal e até o gato que optou por se
esconder debaixo do sofá.
E faz-se a consoada,
mesa cheia caras cansadas olhos encovados, reza-se para que chegue
rápido a hora de abrir os presentes e cair na cama.
E o telefonema que
se esqueceram de fazer aos familiares e pais velhotes ?
Sem olhar
para o relógio resolvem desejar-lhes boas festas quando o soninho
bom dos pobres velhotes é interrompido dada a hora tardia.
Nisto tudo onde está
o espírito de Natal?
Bolas será que sou
tão sádica que detesto tudo isto?
Como recordo com
saudade a pobre da árvore que meu pai levava para casa, como se
fosse o mais lindo pinheiro do mundo, e colocava a um canto da sala,
normalmente junto ao aparador de louça e deixava que o
enfeitássemos.
Imensas estrelas
feitas de prata de cigarros que juntávamos durante o ano e
guardávamos religiosamente dentro de um livro para as manter
esticadas, no cimo a maior das estrelas a quem calhasse colocar
encarrapitava-se numa cadeira quase caindo acabando por ser meu pai a
coloca-la.
Neve, diziam que na
Metrópole nevava naquela época, enquanto por lá o ar condicionado
estava no máximo.
Resolve-se o
problema, pedaços de algodão espalhados pela árvore parecia mesmo
a tal neve que nunca tinhamos visto e apenas existia na nossa
imaginação.
Depois havia que
colocar as luzes, olho hoje para as gambiarras do chinês e apenas
sorrio.
Na nossa árvore de
Natal eram velas coloridas presas nos galhos por molas e que na noite
de natal se acendiam.
Como era linda a
minha árvore de Natal
.
Prendas apenas uma
comprada só pelos adultos,e uma roupa nova para estrear na missa.
Sim havia que ir á
missa lindas de vestidos novos que nos enchia de vaidades.
Outras prendas havia
dos familiares mas coisas simples e uteis.
Num dos últimos
Natais meu pai caprichou e ofereceu-nos umas bonecas grandes, com
cabelo e brincos pequeninos, iguais para cada uma de nós
.
Essas bonecas eram
tão lindas e gostávamos tanto delas que ainda hoje as temos
.
Após a missa, era o
almoço melhorado com uma sobremesa caprichada pelo cozinheiro, bem como os docinhos de minha mãe recordando seus costumes de Natal, depois perdiamos-nos nas brincadeira l.
Pela tardinha quando
o calor amainava visitávamos a família e amigos um pastelinho aqui um
docinho ali ginger ale ou coka cola as crianças, wisk aos adultos enquanto iam conversando desejando as Boas festas.
Era um natal bom, de
amizades união e calmo, e à noite dormíamos felizes de sorriso
nos lábios e sonhos infinitos.